segunda-feira, 2 de março de 2009

Volta às aulas - Hora de acertar o seu relógio biológico


"Os jovens estudantes de hoje têm, pelo menos, dois bons motivos para lembrarem do americano Thomas Alva Edison. Em primeiro lugar, pelo fato de ter sido um aluno brilhante e o maior inventor de todos os tempos. Muitos de seus professores consideravam que ele pudesse ter uma disfunção cerebral, pois sempre queria saber o porquê de tudo e exigia explicações detalhadas do que lhe era ensinado. Em segundo lugar, pelo fato de ter inventado a lâmpada elétrica e introduzido, em 21 de outubro de 1879, a Moderna Era da Luz.

Lembro de Edison pois, com seu descobrimento, a vida das pessoas mudou bastante. Só para dar um exemplo, em 1910 dormíamos uma média de nove horas por noite e, atualmente, a média de sono é de sete horas. Hoje temos quase uma centena de canais de televisão, lojas de conveniências abertas 24 horas, festas que iniciam na madrugada, a Internet, etc. . Há uma grande tentação para não dormir em função da luz artificial . Muitas vezes, não são apenas tentações, mas necessidades, como é o caso do trabalho por turnos. Milhares de indústrias funcionam noite e dia sem parar e são, aproximadamente, 20 milhões de trabalhadores, nos Estados Unidos, que são forçados a saírem de seus ritmos naturais.

Os adolescentes, durante o período de aulas, mas principalmente nas férias, desregulam seus relógios biológicos aproveitando, às vezes, mais a noite do que o dia. Durante o ano letivo são obrigados a acordar por volta das 6 horas da manhã para irem à escola, sonolentos, cansados, irritados, tendo se deitado, muitas vezes, após a meia noite. Várias pesquisas recentes têm alertado pais e educadores para o grande problema que é a privação do sono nessa faixa etária.

A duração do sono noturno varia com a idade: as crianças dormem em média 11 horas, os adultos necessitam 7 a 8 horas e os adolescentes requerem mais do que 9 horas de sono por noite para manterem um nível de atenção ótimo. Será assim durante o ano letivo? Trabalhos científicos demonstram que esses garotos estão tendo muito pouco sono e a maior parte dele no tempo errado para seu relógio biológico. Enquanto eles “funcionam” muito bem no final da tarde e início da noite, pela manhã se “arrastam”. As conseqüências de enviar adolescentes para a escola num espaço circadiano errado pode incluir baixo rendimento, com notas ruins, irritabilidade e dificuldade de relacionamento. David Brown, do Centro de Avaliação de Sono em Manchester, N.H., num grupo de 166 estudantes, encontrou 64% acreditando que a privação do sono piorava sua performance na escola.

Os pais precisam reconhecer a importância do sono no rendimento escolar e no comportamento de seus filhos, orientando-os em relação às saídas noturnas nos dias úteis. Os estudantes precisam deixar de pensar que podem “funcionar”com poucas horas de sono ou que a irregularidade dos horários para deitar e levantar não interfere em suas vidas. Os professores precisam repensar o horário escolar, tendo em vista a dinâmica da nossa sociedade e aceitar as estatísticas onde estudantes do turno da tarde aprendem melhor que os do turno da manhã.

Se Thomas Edison alterou a relação que existia entre noite e sono ao inventar a lâmpada elétrica, esperamos que a volta às aulas traga a conscientização da necessidade de um ritmo vigília-sono adequado e regulado independentemente das luzes a nossa volta. Com isso, certamente, os estudantes terão melhor rendimento escolar."


Publicado por Assessoria de Imprensa em 05/02/2003 às 13:51

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