sexta-feira, 29 de maio de 2009

Essa vida de nerd! Nova reclusão!



Pessoas,
sei que já está ficando chato eu vir aqui desfiar um rosário de problemas, pedir a compreensão de vocês pela minha ausência, mas a vida é uma caixinha de surpresas! Como falei no outro post, vou apresentar a mono. Além disso, próxima semana, tenho três provas, uma inclusive, no mesmo dia da monografia. Acrescente-se a isso que EU PASSEI NA OAB! UHUU! e estou estudando para segunda fase feito uma condenada. Ai não tem jeito. O negócio é largar tudo e mandar brasa, concordam? Pois é. Assim, mil perdões por ficar repetindo essa ladainha, mas é porque dessa vez, a minha ausência será muuuuuuuuuuiiiiiiito prolongada. Só volto no dia 28 de junho, logo depois da bendita prova. Enquanto isso, Aluízio, você está intimado a assistir filmes maravilhosos e ler filmes fantásticos e postar seus comentários aqui.
No meu retorno prometo trazer resenhas dos livros '1808', 'Elite da tropa' e 'Mais Platão, menos Prozac', entre outras coisas, entre elas, há um projeto secreto...
Beijos a todos e até o dia 28.

Atualização: 09.06.09
Apresentei a monografia, ufa! Nem acredito! Tirei um dez com louvor! Apesar do nervosismo, me saí bem (é o que dizem) e hoje entreguei o CD com o arquivo da monografia na Coordenação. Agora é oficial! Agora é OAB na cabeça.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Ser livre

“If we admit that human life can be ruled by reason, then all possibility of life is destroyed”.

Christopher McCandless

Ontem terminei de assistir o filme “Na natureza selvagem”. Intrigante. Passional. Triste. Apaixonante. Comovente. Inquietante. Lindo. O filme definitivamente entrou na minha lista dos top 10. Quando terminou, desliguei tudo, menos eu mesmo. Simplesmente ainda não consegui parar de pensar na jornada pessoal que o personagem principal empreendeu e a cada momento volta a minha mente uma frase, uma cena ou um sentimento. Esse filme é no mínimo perturbador pelo misto de emoções que faz virem à tona. Eu ainda estou “uaaaaau, meu Deus!” E passei o dia me lembrando de um trecho de uma música da Alanis onde ela diz I wanna return to what I was born to be...

Sim, acredito que cada um de nós realmente nasceu para ser alguma coisa, mas como a Karol comentou em seu post Ousadia, é preciso muita coragem pra romper com tudo e cumprir a ordem do coração. E também acredito que boa parte desse vazio que nunca nos abandona é causado pela desconexão com nós mesmos. A partir do momento em que a motivação das nossas escolhas é externa, nesse ponto começamos a nos abandonar. “O que vão pensar de mim se eu (não) fizer/disser/escolher...?”, “Preciso vencer, pois meu vizinho venceu.”, “Quero que me aprovem/amem/admirem.”, “Não tenho coragem de...” "Preciso dar orgulho aos meus pais" etc. são apenas alguns dos inúmeros pensamentos que nos desviam de nós. Mas aqui dentro, assim como dentro de cada um, tem alguém que há muito tempo quer preencher esse tão conhecido buraco na alma e quer sentir a certeza de estar no próprio caminho e em paz consigo mesmo. E não tem caminho igual, cada um tem que percorrer o seu rumo à auto-descoberta. O principal objetivo de Christopher McCandless era libertar-se de seu falso ser interior, da pessoa que ele tinha medo de se tornar se aderisse inquestionavelmente às convenções sociais.

Mesmo que não seja hoje ou amanhã ou semana que vem, mas tente assistir esse filme, você não vai se arrepender. Abaixo segue o trailer e logo depois alguns comentários que serão spoiler total. Recomendo não lê-los a não ser que você já tenha visto o filme, por que certamente vai tirar o encantamento da história que vai evoluindo, lhe cativando e captando até o final.

Beijos e abraços a todos.




OK, eis aqui abaixo os meus comentários. Só pra não correr o risco de você dizer que não resistiu e leu sem querer, escrevi o texto com suco de limão pra ficar invisível. Pra ler, coloque no fogo (marque o texto com o mouse!) ;-)

Sabe aquelas pessoas que por uma razão que você não consegue explicar têm uma aura, um magnetismo e que são cativantes? Christopher McCandless era assim. Ele tinha aqueles elementos que todo mundo ama mesmo sem identificar racionalmente: intensidade, convicção, paixão, verdade, pureza. Não foi à toa que todos que o conheceram quiseram dissuadi-lo de ir adiante, você quer ter alguém daquele jeito por perto. Assisti ao filme sem saber sobre o que era. Um amigo me recomendava havia tempos e eu na minha velha inércia nunca pegava na locadora, até que ele finalmente me deu de presente. Caralho! Eu sequer sabia que era baseado em fatos reais. Quando chegou o final, que mostrou uma das poucas fotos do cara, eu fiquei com um nó na garganta. A cena em que o Ron pede pra ele ficar é de chorar. Naquele momento você percebe a tristeza e a dor do homem experiente que já esteve no lugar daquele jovem obstinado e que com sua sabedoria entende que naquela idade é inútil tentar conter tanta paixão. Christopher era brilhante, inteligente e não fez o que fez por ser um aventureiro ou doido. Antes de partir ele provou pra si mesmo, pros pais e pro mundo que ele tinha capacidade de entrar até em Harvard, portanto o motivo de sua jornada não seria fuga, embora acredite que sua busca pela verdade tenha se originado em parte pela dor e por fuga dos sentimentos com os quais ele não conseguia lidar. Conversando com algumas pessoas que também viram o filme, percebi que a maioria dos homens gostou muito enquanto que as mulheres o acharam triste e/ou deprimente. Talvez devido a, via de regra, o homem querer ser livre enquanto a mulher tenda a querer estabelecer laços e criar raízes.

O filme fala de uma liberdade num nível quase utópico. Christopher pretendia ser totalmente livre do apego ao dinheiro, da hipocrisia, da vida de fachada, da política suja, dos valores burgueses e até do apego sentimental. Tal qual Leonardo di Caprio em Titanic, ele só precisava do ar em seus pulmões. Me doeu muito a cena em que ele quis voltar, mas não conseguiu. Ali ele já tinha fechado o longo ciclo que precisava percorrer e já havia aprendido o que o silêncio e o isolamento tiveram pra lhe ensinar. Angustiante também era a perda que os pais sofreram, porque creio que pior do que uma pessoa morrer deve ser ela simplesmente desaparecer, pois nesse caso a história não se encerra. A fotografia do filme é lindíssima. A trilha sonora também. Vou assisti-lo de tempos em tempos.

Beijos e abraços.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Ousadia


Segundo o dicionário Aurélio: Substantivo feminino:
1.Qualidade de ousado; coragem, destemor, arrojo, galhardia.
2.Temeridade, imprudência.
3.Audácia, petulância, atrevimento. [Sin. ger.: ousio.]

Para nós é muito cômodo permanecer sempre em nossa situação estabelecida, mas mais cedo ou tarde, algo nos impulsiona para frente, nos obriga a entrar em movimento, a mudar. Torcemos o nariz para as mudanças, mas sentimos uma sensação contraditória: o medo x a curiosidade pelo que nos espera.
Como certa vez conversava com Aluízio, nós seres humanos somos munidos de um vazio, uma falta, uma necessidade, que nunca se preenche, ou o faz de forma efêmera. Sempre estamos querendo, buscando mais para nossa vida. E nessa mesma oportunidade, eu levantei a seguinte questão: se fôssemos imortais correríamos o risco de sofrer de um tédio infinito. Tudo poderia ser feito em outra oportunidade, tudo poderia ser deixado para amanhã ou daqui a cem anos. Do extremo oposto, pessoas que recebem a fatal notícia que só lhes resta pouco tempo de vida, resolvem, na minha opinião, acertadamente, fazer tudo que sempre sonharam, antes sejam impedidos pela inexorável morte. E sentem que nesse pequeno espaço de tempo viveram mais do que os longos anos saudáveis.
A questão que eu coloco aqui e que é o motivo deste post é: Por que ao invés de esperar que as circunstâncias da vida nos empurrem à beira da morte para descobrir que se deve aproveitar a vida? Resumindo: tomar as rédeas! Assumir o controle, fazer o próprio caminho. Ousar. Vencer o medo de mudar e se descobrir outra pessoa ou ainda a mesma pessoa.
É fácil? Não. Vocês irão concordar comigo que nada é fácil nessa vida ao não ser se dar mal, quebrar a cara. Mas é um jeito (doloroso, mas) eficaz de se aprender.
Que tal começarmos aos pouquinhos: Começar novo curso, aprender a tocar um instrumento musical, dançar... Ok, algo mais light: comer um alimento diferente, aprender um caminho novo para o trabalho/faculdade/escola, fazer um corte de cabelo diferente. E quem sabe daqui a pouco estaremos escalando montanhas, enfrentando nosso chefe, comprando nossa casa própria, conseguindo o cargo do nossos sonhos.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Comunicado Especial

Caro amigos,
depois de um semestre gerando a monografia, ela finalmente nasceu! Tenho o prazer de dizer que a terminei e hoje efetuei o depósito. Isso significa que vou apresentá-la. Será no dia 5 de junho de 2009, às 11h da manhã no bloco Z na Unifor. A sala não foi definida ainda. O assunto do trabalho é Parto Anônimo (instituto que permitiria que a mulher efetuasse o pré-natal e o parto em sigilo, depois abandonasse a criança no hospital). Sintam-se convidados! Torçam pela minha aprovação!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Aceita uma barra de gergelim com semente de girassol?


Vem cá, fui eu que acabei de chegar de outro planeta e não fui avisado de que o alimento servido aqui na Terra pode me matar rapidamente ou as pessoas estão exagerando um pouquinho em termos do que é viver de forma saudável? Resolvi escrever este post não pra dizer que meu estilo de viver é o certo, mas pra afirmar que em determinados momentos eu prefiro ter prazer a ser saudável quando isso significar comer algo sem graça. Até mesmo porque, no que diz respeito a alimentos, a cada 5 anos sai uma pesquisa elegendo os novos vilões das dietas que até então eram mocinhos e vice-versa. Ou seja, quem sabe o que é bom mesmo pra mim é meu paladar!

No meu trabalho, quando eu digo que saí com a galera no fim de semana e comemos uma picanha ou uma pizza, alguns olham pra mim como se só me restassem 6 meses de vida. Parece que eu ingeri um litro de plutônio. Essa mesma galera, na hora do lanche, saca a sua maravilhosa barra de cereais como quem tira um galeto quentinho do forno e começa a comê-la sorrindo com a satisfação de pensar: “eu sou saudável!” Ok, nem precisa esconder de mim. Eu, herege no que se trata da bíblia da boa alimentação (embora geralmente eu leve uma fruta pro meu lanche), eventualmente levo uma junkie food pra comer na hora do intervalo. Aí, mesmo que eu não faça isso nem uma vez a cada três meses, mas quando abro meu saco de batata ruffles sabor churrasco, os pescoços já se viram apavorados e perguntam “é de forno ou frita?”. Isso quando não pegam o saco para ler as informações nutricionais, quantidade de calorias, sódio, gorduras trans etc. Eu acho é graça e como com o maior prazer! Só me lembro da Alanis cantando I confessed my darkest deeds to an envious man... Pois é, o seu punidor/aconselhador mais xiita é na maioria das vezes o que tem mais vontade de fazer a mesma coisa, mas não se permite.

Tomar uma coca-cola normal tem o mesmo efeito que expor-se ao vírus ebola, é fatal, pode dizer adeus à vida! Ah, mas pra eles coca zero pode. Como não contém açúcar, todas as substâncias químicas num passe de mágica transformam-se em nutrientes. Meu povo, vamos viver! O meu irmão diz brincando que o que engorda é contar as calorias e eu cada vez mais começo a acreditar nessa teoria de criança. Quando eu comia sem culpa, não tava nem aí pra essa tirania e nem sabia que eu só tinha direito a 3.000 calorias por dia, comia umas 5.000 e não engordava. E hoje em dia tô um pouquinho acima do peso, mas sou feliz. Sou gordinho, mas sou gostoso (exijo comentários ratificando, rs)! E eu optei por gastar as calorias que absorvo ao invés de não consumir e passar o dia com a bunda na cadeira.

Brincadeiras à parte, é lógico que sei o benefício das fibras, frutas, bastante líquido, enfim, de uma dieta equilibrada e acho que devemos comer isso, sim! Não estou aqui estabelecendo a dieta de todo dia hambúrguer e milk shake no café da manhã, feijoada com muita lingüiça, bacon e torresmo no almoço e uma panelada no jantar, tudo isso comendo barras de chocolate entre as refeições. Não. Só que realmente acredito que álcool, gordura, doce e outras coisas, tudo em quantidades moderadas, não vão matar ninguém. E o mais importante, a gente tem que sentir prazer, esse é o cerne desse post. É muito provável que Deus, na sua infinita sabedoria, ao criar a máquina humana deve ter pensado que, quando a gente come com prazer, as substâncias benéficas liberadas por essa sensação boa atacam as ruins, anulando o efeito nocivo, tipo num videogame. Gente! Acabei de descobrir uma coisa genial sem ter feito uma pesquisa sequer! Acho que vou transformar essa minha teoria num artigo e enviar pra ser publicado na Revista Nature, ha, ha! (Atenção leitor inculto: Revista Nature não é a mesma coisa que revista da Natura, ok?).

Por último: a Rainha Elizabeth I tomava gim todos os dias e morreu aos 101 anos, portanto, se eu morrer aos 70 fazendo tudo o que eu quero, já vai ter valido a pena demááás! Fora vida insossa!

Beijos e abraços a todos!

PS: apesar de ter postado a figura de doces, só fiz isso porque ela tem uma imagem apetitosa, mas meu fraco mesmo é comida salgada. Sushi, ai, ai...

domingo, 17 de maio de 2009

Relíquia: O Quinze



Gente, quero dividir com vocês meu achado! Tudo aconteceu de forma nada convencional. Depois da missa, encontrei um senhorzinho vendendo livros a R$ 2,00. Eu tinha que parar. Vi um de Direito, sobre mandado de segurança, mas depois da prova capenga que fiz hoje da OAB, nem senti vontade... ai mexi mais um pouco e encontrei 'O quinze' de Rachel de Queiroz. Ele estava sem capa e todo acabadinho... achei que nem estivesse completo. Deixei-o lá, mas não me contive, trouxe-o para casa. Está completo sim. Meu mais 'novo' velho livro tem 34 anos! Isso mesmo, é a 18ª edição, que foi publicada em 1975, com direito à poesia de Manuel Bandeira em homenagem à autora, é mole! Estou toda boba!
Ah, hoje mais cedo recebi de presente do Correspondente Anônimo, um livro do Stephen King, Saco de Osso! Obrigada, querido! Depois você faz a dedicatória né? Heheheh, sonha, né...
Voltando ao meu velhinho, quero dizer livrinho, vou providenciar uma nova capa para ele, vai ficar supimpa!

Ser de carne e osso


Acho que esse é o momento mais propício para escrever esse post filosófico sobre as angústias da vida, pelo menos para mim. Devo primeiro admitir que tive uma dificuldade enorme de pensar como estruturaria esse post, mas cheguei a conclusão que o negócio é deixar rolar. Vamos lá.

Primeiro, quero dizer que o estudo da Filosofia, além de ter me rendido amigos maravilhosos que eu guardo no coração até o hoje, me possibilitou aprender a observar as coisas de outro ângulo e eu atribuo a isso, a minha capacidade de reflexão. Essa é a luz filosófica. Por outro lado, a Filosofia me tirou o chão de outras tantas coisas de que eu me achava tão certa e me causou angústias e medo em relação à vida. Essa é a escuridão filosófica. A perda das certezas basilares nos obriga a procurar um novo solo em que pisar.



Segundo, Aluízio, você acertou, eu realmente passava o caminho de casa até o colégio no ônibus pensando na vida (Tabapuá - Centro). Mas mais importante do que a reflexão é a prática. É tentar, fazer experiências, aprender, errar e aprender mais. Depois de começar na Filosofia piorou ainda mais. Eu fazia o trajeto do CH da UECE (Luciano Carneiro) até a José Basto à pé e tinha dias que nem me lembrava como tinha chegado em casa, tão perdida em pensamentos como estava.



Terceiro: a coisa mais importante que eu aprendi e que uma coisa muito difícil de fazer é: conhecer a si mesmo. Se há uns sete anos atrás alguém me perguntasse quem eu era, não teria dificuldade alguma de falar. A gente começa pelo nome, depois o que faz da vida, o que gosta de fazer e ai vai. Só que essas coisas não meros acidentes... Percebi que a gente fala tanto disso como fosse nosso significado, nossa identificação que esquecemos as carateristicas mais relevantes. Por um lado isso é bom. Imagine se ao se apresentar você começasse assim: Oi, Tudo bem? Meu nome é fulana. Eu sou uma pessoa extrovertida, expansiva, gente boa, mas altamente insegura, mesquinha, tenho medo de mudanças e sou muito ciumenta. Por outro lado, ao nos omitir essas informações e substituí-las pelas primeiras, nós nos identificamos apenas com a nossa 'casca', aquilo que a gente usa externamente.


Eu digo por experiência própria e recomendo: é bom sentar diante do espelho e se conhecer. Passar além da aparência externa (aquela que nós apresentamos ao outros) e enfrentar o nosso verdadeiro eu. Vai ser difícil e é um processo contínuo. Mas é o primeiro passo.
Que fique bem claro que eu não estou defendendo que a gente saia por ai dando a cara à tapa dizendo aos quatro ventos os nossos defeitos. Pela própria estrutura da nossa sociedade. Pelo contrato social (não aquele do Rousseau) que nós travamos entre nós (as convenções sociais), você ser taxado de esquisito se começar a divulgar o seu "verdadeiro eu" por ai. Esse processo é íntimo. Eu sinceramente acho que deve ser só seu. Esse momento de descoberta vai te dar o plano geral que você precisa para começar a se entender, a antecipar suas reações e sentimentos, se preparar para eles ou mesmo evitá-los.

Quarto: Você não precisa se aceitar como é. Peraí, peraí, antes de fazer essa cara, termine ler o tópico. Sim, é isso mesmo. É papo furado essa história de você é como é e tem que aceitar isso. Na minha humilde opinião, ao nos conhecermos, nós divisamos os nossos limites e nossas capacidades e de posse dessas informações, nós estamos prontos para começar a mudar, a chegar ao nosso objetivo: o que queremos ser. Como tudo na vida não é fácil. Eu, por exemplo, sei que sou uma pessoa muito emocional, explosiva e que não gosta de ser contrariada. Sabendo disso, se submetida a uma situação de muita pressão, posso fazer ou dizer coisas quais eu não tinha a real intenção de fazer e de que eu com certeza vou me arrepender depois. Tenho que me aceitar assim? Passar o resto da vida me arrependendo de ter brigada com pessoas só porque eu tenho pavio curto? É hora de mudar. Algumas coisas a gente consegue mudar logo e é muito gratificante. Outras são tão arraigadas na gente que o processo de mudança é longo, doloroso e frustrante e ficamos imensamente tentados a desistir. E desistimos. E começamos de novo e mais uma vez desistimos. A frustração, a impotência tomam conta. Uma coisa que percebi à duras penas é que quanto nós somos as vítimas dos "defeitos" que queremos corrigir, nós passamos a ter uma visão mais nítida do quão prejudiciais eles são. E acontece algo importante: nós agora vamos querer mudar não só pela gente, para ser pessoas melhores, mas mudar para evitar magoar às outras pessoas. Isso nos dá um novo impulso para tentar de novo. Agora eu senti na pele como o meu amigo fica quando desconto o estresse do dia em cima dele. E quando estiver tentada a fazer isso, vou pensar duas vezes. Já é um começo. Posso até ter umas recaídas de vez em quando, mas elas vão servir para que saber que situações específicas me levam a explodir e a partir daí eu posso me preparar ficar "fria".



Quinto: Às vezes, saber de tudo isso não adianta nada. É muito fácil está de fora do problema, analisando-o friamente e dissecando-o, mas quando nós somos os personagens da nossa própria tragédia grega, essas racionações e receitinhas são suplantadas pelo medo, angústia, dor, remorso e lá se vai. É nessas horas que a gente precisa fazer algo que é difícil, para algumas pessoas, é mais doloroso do que o próprio problema: pedir ajuda. Ligar para aquele amigo de confiança e pedir os ouvidos, os ombros e os abraços emprestados. Pedir que ele te diga todas as coisas que você já sabe, mas que só farão efeito quando foram ditas por outra boca. Saber que se é de carne e osso e que ninguém se basta sozinho. Ter coragem de sair do pedestal em que às vezes a gente se coloca e expor o nosso frágil interior, aquele que fica debaixo da nossa 'casca'. Da mesma forma, quando aquele amigo, muitas vezes nem tão amigo assim, ligar, pare o que você estiver fazendo para ouvi-lo. Lembre-se de quanto foi duro para ele tomar a decisão de fazer essa ligação ou de bater na sua porta. Apesar de não saber bem o que dizer, arrisque, ou mesmo escute, às vezes é só o que ele/nós precismos.

Desculpe se eu adotei o tom meio auto-ajuda, mas é minha mania de tentar ser didática. No final das contas, acho que nós temos de parar de pensar que a grama do vizinho é mais verde e começar a ver que o nosso vizinho tem a mesma sensação quando olha para nossa. Não devemos ter medo das nossas dúvidas e sentimentos, mas devemos, quando quisermos, ter forças para tentar mudar, ainda que seja difícil (e na maioria esmagadora das vezes é), continuar. Keeping walking. Lembremo-nos: a cada dia recebemos uma nova chance de recomeçar e buscar sermos melhores do que fomos ontem.

Ah sim, nem expliquei porque esse era o momento mais propício para escrever sobre iss. Bem daqui a mais ou menos duas horas eu vou enfrentar a prova da OAB e estou muito ansiosa. Aproveito para agradecer aos amigos pelos votos de sucesso. Tenho a consciência limpa de que estudei e que o resultado do meu esforço deve ser a aprovação. Mas não vou mentir que estou com a barriga revirada de nervoso e quanto estiver mais próximo da prova estarei suando frio. Afinal, não é só uma prova. É o primeiro passo rumo ao meu futuro. Um novo chão em que pisar e daqui de onde eu vejo ainda não sei se é firme.
Bem, é isso. Espero que tenha sido de alguma ajuda.
As ilustrações do post são (não preciso nem dizer) de Dali, salvo a segunda figura, não sem que é o autor... achei aqui.

sábado, 9 de maio de 2009

Só chega no outro lado se atravessar!

"O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação".

"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe".

Oscar Wilde

Logo que acordo, ligo o rádio. E como ultimamente tem tocado várias músicas do Michael Jackson e logo depois o locutor repete a notícia, fiquei sabendo que ele vai começar uma nova turnê. Por causa disso, esses dias eu tenho ouvido muito o Michael, ou no rádio ou numa coletânea dos maiores sucessos dele que tenho. E olha, como eu gosto da voz e admiro o talento musical daquele cara! Ele é (ou era) um daqueles artistas que participa do processo criativo inteiro, compondo letras, músicas e arranjos e mesmo que você não goste, mas se se permitir deixar o preconceito de lado e escutá-lo cantando sucessos como Ben, vai perceber a extensão vocal que ele tem. Sim, continuando, lá estou eu de manhã enquanto ouço uma música, aí começa um processo que parece um fractal: a música me lembra uma coisa ou pessoa, que me lembra um fato, que me traz um sentimento, e daqui a pouco eu nem sei mais qual foi o primeiro elo dessa corrente, mas eu já estou lá no vigésimo elo conversando comigo mesmo, criando diálogos, brigas, emoções e por aí vai. Mas o fato é que tenho refletido sobre a vida dele (ou pelo menos no que a imprensa me passa ser a vida dele). Lembro do artista que chegou a ser chamado de “rei do pop”, de sua escalada até o topo, do toque de Midas e, logo em seguida, vieram o declínio com processos judiciais por pedofilia (que resultaram em acordos), bens sendo leiloados para pagar dívidas e o festival de esquisitices bizarras. E a vida dele, numa escala e cenário diferentes, lembra a minha e a de vários habitantes desse planeta. E depois de ter lido o post Descompasso da Raquel, o comentário que a Karol deixou lá (com o qual me identifiquei por completo), e de ter me lembrado do livro O Retrato de Dorian Gray (cuja foto ilustra esse post), coloquei tudo isso no meu liquidificador mental e o que surgiu vem a seguir.

Definitivamente o modelo atual de educação (criação) que recebemos não nos prepara para sermos adultos. Deixa eu retroceder para depois explicar: acho que se tem uma fase propícia pra enlouquecermos, essa época é a adolescência. Nela, os traumas adquiridos na infância vão aflorar com toda força e temos que aprender a lidar com eles, porque aí começam a surgir as relações com o mundo, com as pessoas, com o trabalho, estudo e outros grupos e aí, meu amigo, ou explode ou implode. Nessa fase você é então, jogado na arena e precisa aproveitar e/ou enfrentar essa oportunidade (que pode ser bem dolorosa) pra aprender a ser gente. Você pode também, se quiser, vira um daqueles esquisitos sem amigos que têm um mundo próprio e que se fosse possível dissecar a alma humana a olho nu, neles encontraríamos todas as doenças catalogadas na psicologia. Ainda tem uma outra alternativa muito comum à maioria (que antes eu invejava até descobrir a falha): faça de conta que está tudo bem e sustente todas as evidências externas de que sua vida está seguindo o curso da humanidade, mesmo que essa casca tenha menos de um milímetro de espessura, o que importa é parecer, porque a partir daí todos vão lhe tratar como se tudo estivesse bem. O fato é que, atravessada a adolescência e enfrentadas todas as situações de guerra lá surgidas, supostamente deveríamos atravessar o portal para o mundo dos adultos preparados para assumirmos o papel de líderes, pais, chefes ou qualquer outro título que indique estar no comando de outros. Well, I’m afraid I was sadly mistaken...

Eu, despreparado que fui no aspecto educação emocional, com baixa tolerância à frustração e raramente estimulado a sair da minha eterna inércia, quando criança JURAVA que à medida que eu fosse ficando mais velho, por um processo automático, natural e involuntário, com o passar do tempo iria me tornar descomplicado, seguro, sereno e sábio e todos os outros bons atributos de um adulto. Chegar nessa fase seria como o fim de um grande e lento download feito ao longo dos anos onde na instalação desse megapacote viriam todas as regras que eu precisava saber. Completando a minha ilusão eu acreditava que na virada dos 30, como num truque de mágica, ta-daaa!!! Virei adulto! Como eu aguardei esse momento! Só que quando eu abri os olhos vi que nada aconteceu comigo! Eu estava parado lá atrás, no mesmo ponto em que eu resolvi parar pra esperar pelo fim do download. Oops. Sem chão, gritei por ajuda: “Ei! Meu mecanismo veio defeituoso, onde eu conserto?” e minha voz interior sempre disposta a me dar porrada, disse: “Pare de fazer perguntas imbecis, vá procurar um psicólogo, cresça ou morra infeliz, mother fucker!” Lá estava eu com a sensação de um menino de 12 anos que teve que ir pra uma turma da 1ª série.

Hoje olho pra mim, para vários adultos e idosos que conheço e vejo que idade e sabedoria não andam necessariamente de mãos dadas. Ou decido mudar o que está errado ou isso vai seguir comigo até o fim. Mas como consigo mudar? Saber que preciso é um bom começo. E como saber o QUE devo mudar? Sim, esse é o maior desafio. Conseguir olhar no espelho e enxergar de verdade é muito difícil, meu olhar está viciado. Tal qual Dorian Gray, evito (porque tenho medo ou não consigo) olhar a verdadeira imagem, só que ao fazer isso só me impeço de crescer, pois desconheço o material que devo trabalhar e por onde começar. Constantemente me pergunto quantos defeitos ainda tenho e que estão aqui do meu lado, evidentes, mas que não enxergo. No entanto, percebo que tem alguma coisa errada porque quando não estou bem, num estado de equilíbrio, não adianta querer me enganar, no momento que eu decido suspender as distrações e anestésicos, lá está a luz vermelha piscando, me chamando atenção. Só sei e acredito que todo mundo nasceu pra ser feliz e pra eu estar feliz, preciso estar equilibrado, em paz, consciente e no meu caminho.

Quanto ao Michael, sigo curtindo o artista talentoso e de uma certa forma aproveitando seu exemplo para entender que na maioria das vezes já temos dons e qualidades suficientes para sermos felizes, só nos resta discernimento para fazer bom uso deles. Beijos e abraços a todos.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Nostalgia

Eu adoro novas tecnologias, isso não é novidade para ninguém que me conhece, mas também sou uma apaixonada por coisas antigas. Lembrei de umas fotos que tirei no Museu da Imagem e Som em Limoeiro do Norte e gostaria de compartilhar algumas com vocês.


Olha só como esse rádio tem estilo. O rádio foi o primeiro meio de comunicação em massa e ainda hoje, com toda a tecnologia, ainda tem o seu lugar reservado e vem se adaptando às novas tecnologias também.

Essa foi a primeira vez que eu vi um Telejogo pessoalmente. O joystick (que não aparece nessa foto) é muito parecido com outra velhar... digo antiguidade: o Atari.

Esse computador aqui veio direto de Lost, faltava só a tela preta e o cursor verde. 04 08 15 16 23 42

Em uma época em que pen drives com capacidades inimagináveis (que o digo o Sr. Aluízio, hein) são vendidos a preço de banana, eu me pergunto: como a gente conseguia viver com disquete?

Daqui a pouco, nós veremos um acervo de fotos como as acima mostrando Iphones, Tvs de plasma, Supercomputadores, etc. Na velocidade de desenvolvimente que estamos hoje, temos que ter cuidado para não tornar o próprio ser humano obsoleto.

Agradecimentos especiais ao Correspondente Anônimo pela câmera e pela companhia na visita.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

X-men Origins: Wolverine




Ô filme difícil de ver! No sábado dei só a viagem perdida no Iguatemi: sessão lotada e fila gigantesca. No domingo dei mais sorte, consegui meu ingresso, mas a sessão lotou de novo. Mas sem lenga-lenga.
Não sou uma profunda conhecedora de X-men, eu assistia ao desenho que passava na Globo, cheguei a ler algumas das hq, mas tudo que vou falar aqui é como mera expectadora do filme.




Vamos lá. Primeiro tenho que dizer que particularmente gosto do Hugh Jackman como Wolverine, na verdade, quando penso no personagem não me lembro do baixinho parrudo de malha amarela, mas do ator de cabelo pra cima, charuto na boca e cara de mal. Quanto a Liev Schreiber de Dente-de-Sabre, minha gente! o cara ficou sinistríssimo e tirou da minha cabeça o personagem do desenho que para ser caracterizado do jeito do desenho no filme, tinha que ser interpretado pelo Mickey Rourke.
A primeira alfinetada que dou é em razão da grande quantidade de bons personagens que não conseguem ser bem explorados no filme.(opa, de boca fechada não sai spoiler)
Segundo: participação de dois atores de Lost Dominic Monaghan (Charlie Pace) e Kevin Durand (Martin Keamy).
Terceiro detalhe: finalmente o Gambit apareceu! E que Gambit! Gente, o moço é um charme só, com direito a baralho flamejante, bastão igual do desenho, mas com uma outfit bem melhor.


Quarto e último que vou falar aqui: eu achei o filme muito rápido, não porque fosse curto, mas fiquei com a impressão de ter perdido alguma coisa...
Saldo geral do filme: Bom, mas não foi espetacular. Se bem que eu não sou parâmetro para ninguém, eu ando meio chata para filmes já faz um tempo. Assistam, vale a pena, nem que seja para falar mal.


Olha o Wolverine em seu habitat natural. Você levaria a sério um personagem chamado Carcaju...
Encerro por aqui, para não deixar escapar nenhum spoiler.
Ah, não deixe de ver a crítica de Dona Madame LadyReaperMc Dj Mcfly (23 de maio no Siará Hall - fotos garantidas!) sobre o filme. Deixa de preguiça e clica aqui.

sábado, 2 de maio de 2009

Navegador


Sempre fui meio conservador no que diz respeito a mudar de hábitos incorporados. Coisa de velho, acho. Como a maioria dos computadores já vem com o navegador Explorer instalado, nunca havia experimentado outro. Aliás, só me dei conta de que existiam outros quando um grande amigo meu me via usando o Explorer e dizia "por que tu não experimenta o Mozilla?". 

Como uso o Google como ferramenta de pesquisa, não teve como fugir do apelo do Google Chrome, tava lá estampado me chamando. Depois que pesquisei um pouco as opiniões e vi a demonstração no YouTube, resolvi experimentar. E não é que eu estou gostando? Ele tem um layout simples e bacana e, dentre outras pequenas vantagens que oferece, se você por exemplo digitar um termo diretamente na barra de endereços (sem precisar abrir uma página de pesquisa), ele já vai dando sugestões dos termos mais pesquisados lá mesmo. Fora isso, quando você abre o navegador, ele já mostra no canto direito as últimas páginas mais acessadas como forma de atalho e, diferente do Explorer (mas tal qual o Mozilla), novas janelas são abertas numa aba acima, como numa agenda telefônica (pra quem nunca viu no Mozilla). Enfim, espero que ele não dê tantos erros quanto o Explorer. Abaixo estou postando a matéria publicada na Revista Info (Editora Abril). Até a próxima!

GOOGLE CHROME BETA

"O novo beta, dizem os engenheiros, é cerca de 25% a 35% mais rápido que a versão estável para carregar páginas e processar scripts. Isso acontece porque o código fonte do software foi aprimorado e ganhou mais compatibilidade com os padrões atuais da internet.

O navegador também apresenta novos recursos que estarão somente na próxima versão do programa. Entre eles estão o zoom das páginas web e o que reajusta a tela do PC quando uma aba é arrastada para o desktop. Outros dois recursos implementados no beta são o de scroll automático e autocompletar.

Esse não é o único beta do Chrome disponibilizado para download. Recentemente, a empresa lançou uma versão da segunda geração do software para os desenvolvedores de aplicações e entusiastas testarem."


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