sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

No aeroporto







Ah, viajar é sempre bom. Tá, não seeeempre, mas na maioria das vezes é. E parte dessa maravilha é voltar para casa. Sim, porque a gente só valoriza nossa cama e travesseiro quando passamos um tempo dormindo em uma enorme, luxuosa e desconfortável cama de hotel.

E nada melhor do que ser bem recebido no aeroporto por alguém que se importa com a gente, mesmo que seja o cara da agência de viagem.

É fácil perceber quem não tem ninguém à espera. Eles pegam a bagagem e passam decididos pelos espectadores que aguardam ansiosamente os seus parentes queridos se desembaraçarem das esteiras.

Quanto aos que tem alguém que irá buscá-los, também é fácil distinguir. Quanto mais míope, mais claro! A pessoa sai com a testa meio franzida, fazendo uma varredura para encontrar sua carona e quando a localiza, é inevitável não fazer uma cara de alívio, seguida de uma enorme satisfação, de novo, mesmo que seja o cara da agência de viagem, segurando uma plaquinha com seu nome.

Na verdade, acho que sempre quis ter uma recepção especial no aeroporto. Em relação à plaquinha, já tive minha oportunidade. Não foi o carinha da agência de viagem. Na verdade, foi a família de uma amiga que gentilmente acolheram a mim e minha parceira de concursos, em Belo Horizonte.

Não tínhamos conseguido lugar para ficar e, por uma maravilhosa coincidência, tinha uma amiga que tinha família lá e eles toparam nos hospedar. Como a gente não se conhecia, eles esperaram por nós no aeroporto de Confins com nosso nome numa folhinha de papel.

Hoje, fui buscar meu digníssimo no aeroporto e tive oportunidade de observar algumas pessoas.

Tinha um grupo superanimado, com camisas combinando. Também um cara com um buquê de flores esperando. A despeito a de achar flores um presente meio furado (você não conserva por muito tempo e pior, não é chocolate...), mas admito que não ia fazer mal ser recebida com ramalhete de flores depois de uma viagem.

Tenho certeza que mesmo que meu vizinho de cadeira tivesse passado a viagem roncando, as crianças atrás de mim tivessem passado o tempo todo chutando minha poltrona, a comissária de bordo tivesse derramado café em mim, eu tivesse me molhado na maldita torneira do microbanheiro da aeronave e minha mala fosse a última a sair, diante do meu amado com um buquê de flores (mas é mais recomendável e efetivo uma bela caixa de chocolates, ou mesmo flores de chocolate, que tal?), pelo menos um sorriso torto ele ia ganhar.

Ter alguém a espera também evita saias justas. Descobrir que está sem o dinheiro do táxi, ou pior, embarcar em um táxi pirata. É porque você chega de madrugada, meio dormindo e não sabe bem o que está fazendo. E ai é que entra o seu recepcionista de aeroporto. Ele vai cuidar de você.

Taí, acho que essa seria uma profissão de futuro: recepcionista de aeroporto. Atribuições: lhe receber em qualquer horário no aeroporto; lhe levar para o hotel ou para casa; tornar a sua chegada mais feliz, por um preço módico.

Bom, deixe-me ir que tenho que fazer meu cartão de visitas de Recepcionista de Viajantes. Já tenho até o slogan: Transformando a sua chegada em boas-vindas! Que tal? Você me contrataria? É melhor ficar com meu cartão, principalmente, quando for chegar de madrugada e ninguém em casa quiser te buscar. Estou falando... depois não diga que eu não avisei.

Até a próxima viagem! Digo, próximo post!

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...