terça-feira, 29 de novembro de 2011

Eu fui (e voltei!): Fortaleza-Rio de Janeiro de ônibus


Uma experiência inesquecível, tanto que nunca mais espero ter que repeti-la na vida. Não vou revelar, por enquanto, os motivos que me levaram a fazer tal viagem dessa forma. Mas posso contar os detalhes sórdidos!



Tudo começou em uma terça feira (saída 14h -chegada no RJ quinta feira quase12h). E posso dizer que já começou mal porque o ônibus já chegou atrasado. Depois, foi embarcada tanta bagagem que parecia que todo mundo ia se mudar daqui. Eu estava levando duas malas, um delas só com o material para usar no ônibus, visto que são cerca de 2 dias de viagem daqui até o Rio de Janeiro. Para minha sorte, a cadeira do meu lado foi vazia o tempo inteiro e tinha bastante espaço entre uma poutrona e outra. (estimo entre 50cm a 70 cm) Se houve aquele espaço nos aviões iria ser perfeito. Espaço para pôr os pés. Um ponto a favor do ônibus. A cada mais ou menos 3h era feita uma parada e a cada mais ou menos 7h, o motorista era trocado. Isso é extramente importante para a nossa segurança. Um motorista disposto é um motorista alerta.

Como sabia que ia enfrentar longas e intediantes horas, solicitei a senhora LadyReaper do http://paponosense.blogspot.com, que me indicasse um livro que foi tão envolvente que eu não conseguisse largar. Resultado: levei "Jogos Vorazes" que devorei em um dia e meio e só porque estava me divertindo com outro livro de leitura obrigatória. Fantástico! Depois falo dele para vocês. E o segundo livro foi "Não conte a ninguém", muito bom também. Esse fui economizando para durar a viagem de volta.
Além dos livros, levei passatempo. Adoro resolver palavras cruzadas. Recheiei o mp4 de músicas e aulas para ir ouvindo no caminho e continuar os estudos (nerd é osso).

Banheiros e banho

Banheiro de ônibus, assim como de avião, é só para casos de vida ou morte. Então, minha política foi de, a cada parada, descer, esticar os músculos e resolver tudo o que precisava no banheiro dos postos/ponto de apoio rodoviário/restaurante/rodoviária. Muitos locais em parávamos exigiam pagamento para o uso do banheiro. Até ai tudo bem, mas o problema é que tinha lugares imundos, destruídos. Fala sério! Se vai cobrar, pelo menos preste um serviço de qualidade. E o papel higiênico era milimetricamente distribuído. Pelo menos, ninguém pode reclamar de desperdício.
O banho era um problema a parte. O medo de perder o ônibus e o incômodo de levar quase meio mundo de coisas para dentro de um espaço mínimo em que não havia lugar para pendurar nada deixava a situação supertensa. Meu primeiro banho na viagem foi de água quente, mas quente mesmo, na verdade, pelando! Socorro! Na volta já estava por dentro dos macetes e fui mais bem preparada e arrumei um banho frio e refrescante nas terras baianas.

Comida

Como falei em um post anterior, estou de dieta. Imaginei a dificuldade de seguir à risca as recomendações da nutricionista, mas não achava que ia gastar boa parte dos recursos da minha viagem com comida e que não era lá essas coisas não viu... nessa brincadeira, acabei emagrecendo 1kg. E assim nasceu a dieta do ônibus. Desculpem-me os baianos, mas foi por ai que os valores eram mais exorbitantes. Já em Minas, não posso deixar de falar do pão de queijo delicioso e no preço que eu comprei e comi com gosto de quero mais. "Bão demás"!
Na volta, não pensei duas vezes, passei no supermercado, comprei tudo que queria e precisaria para os dois dias da volta (inclusive papel higiênico=P). Economia total. Em proporção, gastei apenas 30% do valor para alimentação da ida com comida na volta. E comi bem, frutas, inclusive. (Por frutas, entenda-se bananas).

Trilha sonora

O pessoal tanto que fez que conseguiu convencer um dos motoristas a ligar o DVD. Começamos a ver o show do Alexandre Pires, que travou irreversivelmente e foi desligado. Alguém, maleficamente, andava com os DVDs de Paula Fernandes (exibido 3 vezes), Aviões do forró (exibido 2 vezes) e Eduardo Costa (exibido 1 vez) e tivemos de ouvir em som altíssimo durante toda a viagem. Meu gosto musical foi afetado irreversivelmente. "Se ele não te ama, se ele não te quer, vê se me esquece/Se me odeia, deita na BR, se me odeia, deita na BR! Vai, daquele jeito!" =D

Companhias

Passando quase 2 dias com um grupo de pessoas não tem como alguma coisa não dar errado. Havia uma pobre velhinha que não detinha mais o controle de sua bexiga. Então, precisava ir ao banheiro do ônibus de 20 em 20 minutos. Até ai tudo bem. Tudo bem, nada! Ela só ia quando o ônibus estava em movimento, vinha trombando e caindo, o que mobilizava todos os passageiros para ampará-la e ainda deixava um banheiro com uma aroma que nada parecia com o de rosas...

Atrás minha poltrona, vinham dois rapazes, funkeiros, que cantavam insistentemente as mesmas músicas, normalmente nas horas impróprias e nas horas que eu estava para dormir. Posso dizer que, pelo menos, tinham uma boa voz para cantar.

Mas comparada com a volta, isso foi fichinha.

Já no começo do meu retorno, um cidadão embargou no ônibus com uma garrafa de rum, que entornou sozinho. Depois veio conversar com outros rapazes que estava nas poltronas atrás das minhas (novamente a cadeira do meu lado veio vazia). Quando cidadão, que a essa altura estava totalmente bêbado, perguntou se podia sentar do lado de um dos homens com quem conversava. Diante da recusa do outro e com os brios feridos, voltou para sua poltrona. Estava vendo a hora de ele ser arremessado pelo vidro frontal do ônibus, tal era a maneira como ele cambaleava. 

Foi acudido por dois senhores que tentaram fazê-lo sentar, mas sem sucesso. 

Ele foi nocauteado depois de bater a cabeça no maleiro do ônibus e dormir (para não dizer que ficou inconsciente) boa parte do 1º dia de retorno. Depois acordou bem, sóbrio e provavelmente com uma dor de cabeça tão inesquecível quando a minha viagem.

Justamente quando eu pensava que tudo ia melhorar, outra leva de rapazes começou a beber. Na segunda exibição do DVD do Aviões, havia dois deles sem camisas dançando forró no meio do ônibus em movimento.

No final da viagem, eu já não conseguia nem sentar direito. Usei todas as posições possíveis e imagináveis.

Condição das estradas

Infelizmente em diversos trechos, a BR 116 está uma cratera só. Buracos que tomam faixas inteiras da pista e que não oferecem outra alternativa a não ser passar por dentro deles. Acho um verdadeiro milagre a viagem ter corrido sem qualquer problema mecânico no ônibus. De qualquer modo, a cada parada mais longa, o ônibus era verificado e tal.
Veja: http://baixioceara.net/trechos-da-br-116-entre-ico-e-jaguaribe-e-o-3%C2%BA-pior-do-pais

Você já deve estar se perguntando: "Afinal, teve alguma coisa boa nessa bendita viagem? Teve sim. O Brasil é simplesmente incrível. Passagens belíssimas. Visual fantástico. Isso fez o esforço valer a pena. Claro que seria melhor parar mais tempo para apreciar os locais e tal, mas não se pode ter tudo.

Como disse no início foi, sem dúvida, uma experiência inesquecível. Esse tipo de coisa serve para gente valorizar o que tem, principalmente no que diz respeito a conforto e paciência. Acho que nunca mais vou me queixar de atrasos aéreos, por exemplo. Troco sem nem pestanejar 45h de ônibus por 3h de vôo com escala, conexão e o escambal. Dá para sentir falta até da barrinha de cereal da companhia aérea. Mas se perguntar se eu encaro de novo uma viagem longa assim, mas de carro, aproveitando para conhecer tudo, pode ter certeza que sim. Eu quero desbravar o Brasil e conhecer tudo que tem de bom por aqui.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Red Hot Chili Peppers: Monarchy of Roses - Clipe novo!

Novo novíssimo clipe do  RHCP. Ainda estou ressentida com a saída de J. Frusciante. Não consegui sequer ouvir o novo álbum todo. =( Achei o vídeo interessante. Confiram:



Já sinto falta dos solos alucinantes de John Frusciante. 

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