terça-feira, 30 de junho de 2009

O cliente tem sempre razão ou o vendedor que insistia demais

Eu sou filha de comerciante e tenho a venda no sangue. Apesar de ter me formado (ai é tão emocionante dizer isso) em Direito, acredito que no final das contas, o advogado vende uma versão da história e se o juiz comprar o cliente é vencedor. Pois bem. Como cliente eu sou um ser inconstante. Depende do meu humor e da competência do vendedor ou vendedora que me atende. A atendente de uma loja de perfumes não levou a melhor comigo hoje. Uso o mesmo perfume a quase oito anos (é o meu cheiro já), mas fora isso não consumo nenhum outro produto dessa marca (maquiagem, creminhos, etc). Cheguei no balcão como quem pede um almoço: quero um perfume tal tal e outro tal e qual.
_ A senhora não gostaria de levar o produto x, está com o desconto de R$ 10,00.
_Não. Respondi secamente, sem justificativas desnecessárias. Há tempos, já sai dessa nóia de achar que qualquer desconto é lucro.
_E que tal o produto Y?
_Não.
_ E o Produto Z?
_Não. Não vou comprar nada que eu não uso.
Pensei que tinha encerrado o assunto. Entreguei o cartão de crédito já dizendo "Crédito, uma vez por favor". Junto entreguei o cartão fidelidade da minha mãe. Ai a ladainha começou de novo.
_Você tem R$ 7,00 no seu fidelidade, assim o produto x sai por R$ 5,00
_Não.
_ Mas então leve pelo menos o produto Y, sai de graça.
_Não.
_Eu não acredito que voce não vai querer levar de graça esse produto.
_Não.
Ai a maldita teve a audácia de olhar para mim e dizer:
_Então eu posso ficar para mim?
É nessas horas que digo: "Ainda bem que eu não tenho porte de arma..."
_ Claro que não. Por favor encerre logo que eu tenho mais o que fazer da minha vida!
Resultado: Ela está na minha lista negra. Nunca mais compro nada com uma vendedora assim.
O segredo do bom vendedor é ler o cliente e saber antecipar o que ele precisa ou ainda criar a necessidade da compra de um produto mas fazendo com que ele ache que foi idéia dele. Sim, eu sei, é pura manipulação. Não adianta insistir querendo desencalhar um produto da loja, ou se desmanchar em insinceridades. Cliente detesta vendedor falso. Ainda mais se ele estiver sozinho. Quando leva seu próprio comitê julgador, nem dá bola para sua opinião, agora sozinho, ele precisa da opinião sincera do vendedor. Se o cliente consegue, o vendedor obtem duas vitórias: a venda e a confiança do cliente que ocasiona sua volta ao estabelecimento e a propaganda boca-a-boca.
Amigos vendedores, lembrem-se da máxima comercial: o cliente tem sempre razão e tem mesmo.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Parada gay













Imagine que você é um sociólogo estrangeiro totalmente desavisado da cultura de um país e, pretendendo traçar um perfil do comportamento social e sexual do povo, resolve usar como espaço amostral uma festa tipo um baile funk daqueles bem vale-tudo. Mal comparando, esta é a idéia que acredito que muitos héteros façam dos gays ao assistirem a uma parada gay. Hoje foi a daqui de Fortaleza. E infelizmente tenho uma avaliação negativa a fazer. Esse post de hoje não é sobre sexualidade. Na verdade é sobre o faminto que, na ânsia de matar sua fome, quando come se comporta de maneira inapropriada.

Imagino que a idéia inicial das paradas gays era de gerar tolerância, convivência harmônica com a diversidade, mostrar pra sociedade que os gays têm sim direito à sua afetividade e lugar na sociedade sem precisarem viver como os cristãos na época da Roma antiga, nas catacumbas. A questão é: realmente acho que essa boa oportunidade de sair da clandestinidade e de conquistar espaço para a convivência em harmonia vem sendo utilizada justamente como instrumento de reforço dos piores estereótipos que se têm dos homossexuais.

Dado que as necessidades humanas são universais, dessa forma a vida afetiva dos homossexuais não difere dos elementos que compõem as dos héteros, ou seja, amor, ciúme, desejo, sexo, libido, traição, monogamia, promiscuidade, afeto, carência etc. etc. Contudo, a parada só mostra a parte ruim desses aspectos. A manifestação lembra um carnaval/orgia onde os travestis, homens e mulheres desfilam seminus, dançam de maneira apelativa, em cima dos trios os caras não-efeminados agem como garotos de programa e o batalhão de homens extremamente efeminados e de mulheres com atitude irmão-caminhoneiro que acompanha os carros reforça mais ainda a idéia de que ser gay equivale a ser pervertido/promíscuo/amoral/imoral. E isso não é verdade.

Só o que a gente vê por aí são caras héteros saindo na noite, pegando umas meninas e transando sem camisinha e muita gente não vê nada de mal nisso, muito pelo contrário. A cultura do cara casado infiel, pelo menos aqui no Nordeste, é quase normal. Em recente matéria do globo repórter, foi mostrado que é comum pais terem relação com as filhas menores e em alguns casos terem até a cumplicidade da mãe. Todos esses desvios de conduta da moral vigente são equilibrados pelo fato de vermos e/ou conhecermos muitos héteros que, pelo menos aparentemente, vivem uma vida dentro dos padrões social e moralmente desejáveis. Portanto, pro senso comum existem héteros-joio e héteros-trigo e por isso nunca se vai ouvir dizer “o hétero é isso ou aquilo”. Não dá pra classificar o grupo por essa característica e atribuir valores. Com o gay é diferente. São culturalmente obrigados (via de regra) a viverem na clandestinidade, vistos como trangressores e tudo neles é condenado com um rigor que jamais se aplica ao heterossexual. São as atuais Genis, muito bons de apedrejar. E diferentemente dos héteros, quando se fala em gay já se faz uma associação natural a determinadas características estereotipadas e coloca-se todo o grupo dentro de um mesmo padrão. E aí, quando os olhos da sociedade se voltam pro evento que divulga a imagem do gay, na boa oportunidadede se mostrarem diferente praqueles que enxergam sua realidade de maneira distorcida... ooooops! A parada gay! Essa é a imagem que acaba sendo impressa e vendida. E na minha opinião ela infelizmente não está contribuindo positivamente pro seu propósito.

Beijos e abraços a todos!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Alice no país das maravilhas por Tim Burton

Tim Burton deve ser o único diretor do mundo que consegue tornar sombrias as coisas mais coloridas ( que o diga a Fantástica fábrica de chocolate). Dê uma olhada em algumas fotos do filme disponibilizada pelo site www.movieweb.com.
Novamente temos o Trio - Burton-Depp-Carter. Estou supercuriosa para ver. A previsão de estréia é só para o ano que vem (5 de março nos States)

O Chapeleiro Maluco - Johnny Depp
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A Rainha Branca - Anne Hathaway
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A Rainha Vermelha - Helena Bonham Carter
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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Jogo duro

Agora nossas noites de domingo são brindadas com mais um reality show whatever. Jogo Duro é um 'desafio' em que os participantes se submetem a tudo para arrecadar a maior quantia de dinheiro possível (é pouca por sinal, só trinta mil conto..., dá nem para comprar a casa própria... no Bairro de Fátima). A cada fase dois participantes são eliminados, o que ficar por último no ambiente - o ganancioso - e quem arrecadar menos dinheiro. Fiquei curiosa e assisti porque, durante o comercial, antevi o que os participantes iriam enfrentar e quis ver. Almoxarifados com teias de aranhas, pombos voando, insetos, ratos, jardim com fios que davam choques elétricos, um labirinto dentro de uma caldeira em a temperatura aumentava cada vez mais, uma sala em que a água começava a subir, enquanto as cobras dançavam serelepes, esse tipo de coisa.



Primeira reclamação: Paulo Vilhena. Que apresentador mixuruca, sem sal, enrolado, sem um pingo de carisma e com a maior cara de mendigo, com todo respeito (aos mendigos).
Segunda reclamação: O prêmio é muito pobre: até 30 mil reais... Funciona assim, o prêmio final acumulado é composto pelo valor arrecado pelos participantes em cada prova. Nos dois episódios que eu vi, não chegaram muito perto de 30 mil (a Globo está ficando avarenta a essa altura do campeonato?)
Terceira reclamação: Neste último domingo, o público decidiu o vencedor. Não gostei. Deveria continuar sendo determinado o vencedor pelo desempenho. Mas, como o povo brasileiro adora achar que tem algum poder de decisão quando digita um 0300 no telefone, o formato do programa foi mudado.



Jogo duro é um topa tudo por dinheiro dark e sinistro. Continuo assistindo a despeito das minhas reclamações, porque as provas são cada vez mais surpreendentes e o programa não tem enrolação (ainda..., mas com essa participação do público...). Gostaria que os vencedores dos programas fossem reunidos para disputar entre si em um programa especial.
Vale dizer, que as mulheres estão com tudo. Enfrentando os ratos, sapos e baratas, gritando, mas pegando dinheiro ainda sim.

Por falar em dinheiro, essa é a base do programa: a ganância (ou a necessidade desesperadora, escolha a sua opção). Ao que uma pessoa é capaz de se submeter para conseguir dinheiro? Diversas coisas, inimagináveis coisas. E você? Encararia o "Jogo Duro"?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Trabalhando conosco do jeito que somos

"We would share and listen and support and welcome, be propelled by passion not invest in outcomes. We would breathe and be charmed and amused by difference, be gentle and make room for every emotion."

Alanis Morissette - Utopia


Caros amigos,

Recebi esse texto de uma amiga que está fazendo especialização numa área "não-comercial" chamada de DEP (Dinâmica Energética do Psiquismo) e me senti mais uma vez tocado, o que me fez querer compartilhá-lo. Acredito que o nosso caminho é construído dessa maneira, todos juntos. Para quem quiser saber mais, o texto é um excerto da página 48 do livro EM BUSCA DE UMA PSICOLOGIA DO DESPERTAR - Budismo, Psicoterapia e O Caminho da Transformação Espiritual Individual. (John Wellwood - Editora Rocco).

Beijos e abraços a todos!

Como converter os medos e as fixações de nossa personalidade em pontos de partida para o caminho do despertar? Antes que mudanças verdadeiras se tornem possíveis, precisamos ver, sentir e entender O QUE REALMENTE EXISTE - em contrapartida à nossa versão habitual da realidade. Isso não é fácil. Ficamos cegos com nossas esperanças e medos, formas antigas de sentimento e percepção, convicções e opiniões favoritas. Por isso, o primeiro passo para transformar a personalidade em caminho é assumir o compromisso de nos vermos como realmente somos, mesmo que detestemos aquilo que descobrimos.

Uma prática que refine a percepção, como a meditação ou o autoquestionamento contemplativo, é sempre útil para desenvolver a capacidade de testemunhar nossos atos sem nos prendermos a julgamentos de bom e mau. Ao nos sentarmos em silêncio em nossa própria companhia, enxergamos as tentativas contínuas de manter a identidade e a forma pela qual nossos pensamentos funcionam como uma espécie de cola, mantendo coesa a estrutura da personalidade. À medida que a estrutura se solta, maiores quantidades de nosso ser, anteriormente cobertas por ela, começam a ser reveladas.

É claro que nem sempre gostamos do que descobrimos. Defrontamo-nos com a dor do nosso carma - o padrão emaranhado de nossas ações e reações, condicionamentos acumulados, hábitos, mecanismos inconscientes e medos. Como disse um buscador espiritual bem-humorado, “autoconhecimento significa más notícias”, pelo menos no início.

Nessa altura, não é suficiente apenas reconhecer aquilo que existe: precisamos também criar um relacionamento mais pleno com o que existe. Isso significa abrir o coração para a nossa situação - senti-la, olhar para ela de frente e deixar que ela nos toque. Não precisamos necessariamente gostar do que vemos. Se detestamos certas partes de nós, também podemos trabalhar cm nosso ódio, considerando-o parte do que existe. Somos capazes de aprender a encarar de frente e investigar profundamente qualquer coisa que apareça.

Focalizar a atenção na dor de nosso aprisionamento a padrões costuma ativar uma tristeza que existe no fundo de nós - que eu chamo de “tristeza purificadora”. Esta é a tristeza da alma. É o reconhecimento direto do preço que pagamos por permanecermos presos a padrões estreitos e por dar as costas à nossa natureza mais ampla. Quando prestamos atenção a esta tristeza, ela revela um profundo anseio por despertar, dizer a verdade, ser verdadeiro e fazer o que for necessário para viver plenamente.


(pág. 51)


...Dentro de cada ferida existe uma benção oculta. Se nos culparmos por nossos padrões de personalidade, não poderemos ter acesso a dádiva que eles trazem e nos empobrecemos mais ainda. Qualquer coisa contra a qual estejamos em luta, por mais neurótica que pareça, pode ser um ponto de partida para um caminho melhor. Qualquer problema, assunto não resolvido ou confusão internos aparentemente impossíveis de solucionar se transformarão em caminho se caminharmos resolutamente em sua direção e nos relacionarmos com ele.

É fácil sentirmo-nos desencorajados pelos obstáculos da vida e perguntar: “Por que é tão difícil a condição humana; por que tenho que passar por tudo isso; por que não tenho mais sabedoria? Em nosso desespero, deixamos de dar valor ao fato de que a evolução humana é um CAMINHO. A iluminação não é uma meta ideal, um estado mental perfeito ou uma dimensão espiritual elevada, mas uma jornada que acontece aqui na Terra. É o processo de despertar para o que somos e nos relacionarmos com isso.

Como começamos nossa vida em um estado completamente vulnerável, precisamos construir uma personalidade para nos proteger. ... Todas as defesas de nossa personalidade são inteiramente compreensíveis e todas tem seu valor e sua inteligência. Além disso, elas nos fornecem um caminho. Ao sentir o peso e as restrições da personalidade condicionada, somos motivados a buscar nossa natureza maior. O problema não é a personalidade, mas nossa recusa em crescer além dela - o que faz de nós um caso de desenvolvimento interrompido.

O budismo tântrico usa a metáfora da cobra se desenrolando no ar para descrever o processo do despertar. Os anéis de nossa neurose contêm dentro deles uma energia selvagem e crua. Para desenrolá-los e nos libertarmos de sua prisão não é necessário matar a cobra, nem sublimar esta energia por meio de formas de comportamento socialmente aceitas. Podemos simplesmente permitir que os anéis façam o que querem fazer naturalmente -se desenrolar- e teremos seu enorme poder e vibração à nossa disposição. O que permite à cobra enrolada da mente se desenrolar é a percepção e a compaixão. A compaixão não tenta suprimir a selvageria da cobra, mas simplesmente usa as energias contidas nas neuroses para nos impelir para frente. E este caminho - a liberação das qualidades de nosso ser, festejando-as e afirmando-as, e usando-as para ajudar a nós mesmos e aos outros - é infindável.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Você é viciado em livros?


É um verdadeiro consenso que o primeiro passo para solucionar um problema é reconhecer que ele existe. Bem, nesse momento em que estou imersa apenas em livros jurídicos estudando para a OAB se transformar em OBA, estou sentindo os sintomas da abstinência de um dos meus vícios reconhecidos: livros! Olho para minha estante com diversos livros não lidos, sinto partir o coração por não poder abri-los e me deliciar com eles. Diante de uma situação como esta é preciso buscar apoio de outras pessoas que têm o mesmo problema, assim venho convocar os demais viciados a se unirem para juntos aprendermos a conviver como o nosso "problema".
Eu gerei um pequeno teste para identificar pessoas que sofrem desse mal, assim responda as perguntas abaixo e veja o seu diagnóstico.

1. Você passa horas nas livrarias folheando livros?
2. Você fica tentado a comprar um livro de área diversa da sua se ele estiver em promoção? (Ex. Eu seu estudante de Direito, mas vejo o livro do Stephen Hawkins baratinho e levo para casa)
3. Você faz malabarismos para conseguir descobrir o título do livro de alguém que está do seu lado?
4. Se alguém está lendo ao seu lado, você não consegue resistir a ler um parágrafo, só para saber do que se trata?
5. Você se revolta quando uma pessoa deixa um livro jogado por ai, pega nele com as mãos sujas, dobra a página, amassa, etc. chegando a ter sentimentos violentos?
6. Você compra livros para presentear levando em consideração o fato de que você tem interesse de ler o livro e o pedirá emprestado depois?
7. Apesar de ter problemas respiratórios, não resiste a entrar em um sebo e olhar os livros mais antigos?
8. Você leva livros dentro de bolsas, bolso, carro, etc?
9. Você lê enquanto espera o sinal abrir e só segue quando o carro de trás buzina?
10. Você abre o livro para ler nem que seja uma página apenas?
11. Quando perguntam quem você levaria para uma ilha deserta, a primeira coisa que vem a sua mente é o título de seu livro preferido?
12. Você tem ciúme de seus livros? Uma vez que a pessoa que pediu emprestado um de seus volumes, causou-lhe algum dano, você nunca mais, salvo caso de vida ou morte, autoriza o empréstimo?
13. Quando você pega emprestado um livro fantástico, você tem o pensamento maléfico de surrupiá-lo e depois se sente culpado por pensar assim?


Resultado:

Se você respondeu não a todas essas perguntas: você não é normal!
Se você respondeu sim apenas a primeira pergunta: não se preocupe, você é uma pessoa normal, mas totalmente boring...
Se você respondeu sim a até 5 dessas perguntas: você está no estágio inicial do vício sem riscos à saúde
Se você respondeu sim a até 10 dessas perguntas: você está no estágio intermediário desta "moléstia". Os principais sintomas são irritabilidade e/ou tristeza quando passa alguns dias sem ler.
Se você respondeu sim a até 12 dessas perguntas: você está no estágio avançado do vício com risco de crises de abstinências se for submetido a longos períodos de privação literária.
Atenção: Se você respondeu sim à pergunta nº. 13 : você é um doente! Desapareça! Nem em pensamento se deve afanar livros de qualquer pessoa, nem do pior inimigo!

Compartilhe seus resultados e suas experiências literárias-hilárias aqui!

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