quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Eu li: Mentes Perigosas


Psicopatia é um assunto que me fascina e me amedronta ao mesmo tempo. Ao saber sobre o livro "Mentes Perigosas", fiquei enlouquecida para ler, todo mundo dizendo que era muito bom. Esperei até conseguir comprar o livro por uma precinho camarada e devorei em três dias. Não porque estivesse gostando, mas porque procurava desesperadamente a parte em que ele supostamente seria bom...
Não sou especialista, tenho apenas uma cadeira de criminologia e seis temporadas de Criminal Minds, mas consigo ver claramente a superficialidade do livro.
A primeira coisa a me chatear  a insistência da autora de querer amedrontar o leitor, repetindo incansalvemente que os psicopatas estão entre nós e que devemos aprender a identificá-los, blá, blá, blá... Depois, a pretexto de ser didática, a autora chega a ser atécnica. Para piorar a situação, ela faz uma compilação de reportagens sobre caso emblemáticos de assassinatos ocorridos no Brasil, não se dá o trabalho de comentar detidamente os casos (é, isso mesmo, simplesmente copia e cola as matérias) e ainda me vem com uma história de que não pode afirmar com certeza se os assassinos em questão são ou não psicopatas... (fala sério...).
Apesar de citar alguns especialistas ai, as principais fontes de pesquisa são Youtube, Fantástico, G1, etc. Que credibilidade hein!
Se você se interessa  realmente pelo assunto, nem perca seu tempo. Assisita Criminal Minds, tenho certeza que você aprenderá mais sobre psicopatas em um episódio de 50 mim do que nesse livro.

ATUALIZAÇÃO
Comecei a responder um comentário, só que achei melhor incorporar no post:

Caro (a) Anônimo (a),
Obrigada pela visita e pela contribuição.
Usei palavras muito duras em relação ao livro em decorrência da grande frustração que senti. Se me perguntar, continuo sustentando que não se deve perder tempo com ele, mas estou consciente que ele atinge e agrada uma boa gama de leitores. A dica de "sobrevivência" é muito difícil de ser aplicada, porque quando você está dentro da relação com um psicopata "leve", é complicado ter objetividade e racionalidade para pensar friamente e ver o "lobo na pele de cordeiro" .Outra coisa, se você for achar que toda pessoa que é cativante, bem articulada e inteligente, na verdade é um psicopata/sociopata, você nunca vai conhecer pessoas legais.
Esse pânico que a autora quer causar é, para mim, desnecessário. Talvez a real contribuição do livro seja em relação ao final da relacionamento entre a vítima (que se pergunta o que fez de errado e muitas vezes pensa que foi a causadora de tudo)e o psicopata no sentido de informar àquela de que a única coisa que fez de errado foi ter sido a pessoa de bom coração e humana que é.
Acredito que alguma coisa primitiva, institiva desperta em nós, liga uma luzinha em algum lugar na nossa cabeça quando estamos em situação de perigo, entretanto, teimamos em desrespeitar esse aviso. Então, se se quer mesmo identificar o perigo de uma relação, não despreze sua intuição, escute as pessoas de fora (elas tem objetividade suficiente para ver o que está acontecendo de errado) e passe as informações por um filtro crítico.
Não acho errado dar segundas chances, mas fique atento a constantes e reiteradas reincidências (fui bem enfática, não?) das pessoas com quem convive. Não deixe o amor ou a amizade toldar o seu discernimento.
Percebe como é difícil aplicar todas essas 'dicas'? Pense só como é difícil dizer 'não' a pessoa que você ama.
Não é porque lemos um livro que vamos sair por ai com um checklist conferindo as pessoas ao meu redor, confundindo sarcasmo com ausência de culpa, um rompante de raiva momentânea com agressividade comum, etc.
Identificar um psicopata não é fácil como a autora quer transmitir em seu texto. Veja que ela mesma diz que eles são capazes de enganar os especialistas. Então, como nós, pobres mortais leigos, podemos dizer com certeza que fulano é um psicopata?
Outra coisa, não devemos deixar de ser solidários, bondosos, amorosos com as pessoas, temendo que eles sejam indivíduos deturpados e distorcidos, que mundo criaremos se todos formos altamente desconfiados e enclausurados em nossas próprias conchas?
Viver é perigoso e todos estamos nos encaminhando para uma morte certa, cedo ou tarde.(ok, isso foi muuuito pessimista, mas é verdade). Aprenda com seus erros, guarde as valiosas lições que eles nos concedem, mas não deixe os traumas trilharem os seus caminhos.
Ok, já estou viajando. Paro por aqui!=P

8 comentários:

  1. Sinceramente, eu comprei o livro mais interessada sobre os psicopatas 'leves', aqueles que nos sugam a energia no dia a dia. Também achei que ela falou muito nos casos famosos e não precisava. E a dica de 'sobrevivência', a única aliás, é se afastar da pessoa. Isso eu aprendi faz tempo, por experiência própria. Não digo que não gostei nem um pouco do livro, mas ficou bem aquém das minhas expectativas.

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  2. Karolis, muuuuito boa, inteligente e coerente a análise que você fez do livro. Eu nem precisei lê-lo pra concordar com toda a sua argumentação. Entenda-se: não estou concordando se o livro é bom ou ruim, não posso dizer isso já que não li, mas concordo que essas pessoas e distúrbios devem ser encarados como exceções, caso contrário quem fica doido é a gente. Na verdade, acho que se empolgar demais com esse tema e com as "técnicas" de reconhecimento ensinadas podem acarretar um risco para o desenvolvimento de verdadeiras relações. Você começa a se achar capaz de identificar psicopatas e acho que não é por aí. Quem vai ficar neurótico é você.

    Agora o que eu gostei mesmo foi do comentário do CA! kkkk

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  3. esse livro vai para minha lista "não vou ler para não me frustrar". Eu sou extremamente sensível para esse tipo de coisa, detesto autores que conversam com o leitor e fica tentando botar medinho. Detesto mais ainda quando alguém tenta falar de um assunto que não entende e, de acordo com seu comentário, parece ser exatamente esse o caso dessa criatura. Vou ficar com Criminal Minds mesmo! =D

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  4. Karol, o Dr. César Barros Leal, Procurador do Estado, escreveu há um tempão um livro sobre os assassinos em série do Brasil. Só não sei se ainda existe para vender...

    Ah, adorei a eloquência do comentário do Correspondente Anônimo, rs.

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  5. Concordo demais! Comecei a ler esse livro e logo no começo achei um saco! A autora trata do assunto de forma muito superficial, os casos relatados no inicio do livro me deixaram boquiaberta com o besteirol, como se o fato de alguém sair de um relacionamento quando o amor acaba e acabar magoando ( de forma proposital ou não) torne alguém psicopata...a amiga folgada que pediu abrigo a outra e não queria nada com a vida...pelo amor de Deus, tem gente de todo tipo por aí, se acharmos que qualquer falha de caráter ou qualquer comportamento fora do "politicamente correto" é psicopatia é melhor mudar para um pais de conto de fadas! Muito ruim o livro.

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  6. To passando do meio do livro ainda mas gostaria de comentar tabém, já que acho que nao vou me surpreender muito.
    Concordo em parte com os comentários. O livro me parece mais uma jogada marketing com um tema forte. Já convivi com várias pessoas com as características dos primeiros personagen (exceto a parte do assassinos) e não concordo com a autora. Ela tem uma visão superficial, acho que ela mesma nunca conviveu no dia-dia com pessoas desse tipo, pode até ter passado alguns pelo seu consultório, mas na vida mesmo, acho difícil. Eu posso dizer que pelo menos com a personagem Carla eu ja convivi e posso dizer que uma pessoa como ela tem sérios desvios de caráter e realmente não se importam com as outras pessoas. Porém eu sei que essa pessoa com a qual eu convivi tem sim sentimentos, sofre como todo mundo, só não consegue demonstrar isso pelo seu alto nível de egoísmo e egocentrismo.

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