quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Vencedor


Quase chegando a hora do Oscar, alguns filmes já em cartaz aqui em Fortaleza, outros ainda não. Comecei a dar uma olhada nos indicados, escolhendo o que eu quero ver. Já assisti Black Swan, A rede social e estou com alguns  no meu pendrive (oops!) à espera do final de semana. Pretendo assistir O Discurso do Rei e o Rabbit Hole (esqueci o título em português agora) por estarem sendo bem falados. Só que quando vi o cartaz d’O vencedor não tive vontade de assistir e isso me lembrou de uma velha antipatia que surgiu em outras ocasiões em que também não tive vontade de ver os tão aclamados filmes da temática boxe, tais como: O lutador (com Mickey Rourke), Menina de Ouro (Hillary Swank), Rocky em suas 20 versões dentre outros.

Meu post de hoje não é pra instigar ninguém a não assistir ao filme. Eu só fiquei me perguntando porque a cultura americana tenta sempre associar e vender pro mundo a idéia de um lutador de boxe como a pessoa que melhor personifica a superação pessoal e a figura de um vencedor. Não curto muito boxe ao ponto de fazer de um boxeador o meu ídolo. Não sei se é pelo fato de ele não ser um esporte popular na cultura brasileira (pelo menos não se comparado àqueles esportes que se você quiser pode praticar no seu bairro, na sua rua, no clube, no colégio etc.) e isso faça com que eu não consiga enxergar a beleza do soco final que derruba o adversário. Não sei também se pode ser influência moral/religiosa da minha educação que me faz considerá-lo um esporte um pouco violento e por isso não sinto prazer em ver. Eu realmente não sei o que é. Só sei que definitivamente não acho graça em ir ao cinema e ficar quase duas horas sentado assistindo um filme sobre isso.

Imagino que o boxe seja um esporte que, assim como em qualquer outro individual (natação, corrida, ginástica olímpica e outros), o atleta precisa atingir seu limite físico e da excelência da técnica para atingir a vitória. Isso é meio que óbvio mesmo que você nunca tenha parado pra pensar a respeito, não é? Portanto acho um mega clichê fazer um filme com roteiro super previsível, onde geralmente depois de empatizarmos com o personagem principal (que supera uma doença, enfrenta a pobreza, a morte de alguém amado ou qualquer outra adversidade que nos faça chorar), nos emocionaremos quando o cara (ou “a cara”) vence a grande luta no final. Uau! Surpresa! Que filme legal! Eu até me imagino sentado lá no cinema bocejando de tédio caso eu fosse. Tem coisa mais chata que filme previsível? Ok, eu sei que tem um monte de coisa mais chata do que isso, não precisa responder, só que nesse post a coisa mais chata pra mim é um filme previsível e clichê de boxe.

Além disso, como o Oscar é a premiação da indústria AMERICANA aos filmes, mas que eles fazem parecer que é o resultado de uma decisão mundial, me incomoda ver vários filmes bobos sendo premiados e aclamados como se fossem grandes produções (por serem de produção americana ou inglesa), enquanto que uma gigante gama de filmes de outras nacionalidades, e de excelente qualidade, sequer chega ao conhecimento das pessoas. Um bom exemplo disso é o maravilhoso filme argentino O segredo em seus olhos, de 2010, acho, que pra mim em termos de roteiro original, atores e entretenimento bate A rede social ou a história de um lutador de boxe que vence no final. Ainda bem que tem a internet pra gente poder escolher outras coisas.

Beijos e abraços!

Um comentário:

  1. Cuidado com essa história de pendrive viu... não quero ter que usar meus poderes de advogada... Quanto aos filmes indicados, vi Cisne Negro, O discurso do rei. O vencedor está na listinha. Ia assistir porque tinha o Chris Bale (independente de ele ser um maluco nervoso e problemático). Quanto ao boxe, bem, eu gostei de Rocky, não vi O lutador (Mickey Rourk me dá medo...), mas indico Menina de Ouro, que é fantástico, e Ali (com Will Smith). Gosto da história de superação em qualquer situação (um dos motivos pelos quais adorei O discurso do rei). Já fiz uma aula de boxe uma vez e decidi que não é para mim. Primeiro, não quero andar por ai de lábio partido e nariz inchado. Sem falar que gasto tempo e dinheiro para manter o rosto bonito, não vou por minha própria vontade destruí-lo. Ressalte-se ainda que o meu maior patrimônio de concurseira é o meu cérebro e não contribui para uma boa memória ser nocauteada de vez em quanto. Foi uma experiência sem igual. Apesar do professor sequer ter me batido forte o suficiente para doer, entrei em pânico, fiquei sem ar e depois que acabaram os 3 minutos eternos no ringue me desfiz em lágrimas... Resolvi dançar! Bem melhor.

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