sábado, 17 de setembro de 2016

Saudades de Vallentina...




Vallentina me ganhou no grito, costumo dizer.
Depois de 8 anos de morte da minha gatinha Nika, pensei que nunca mais iria criar outro gatinho.
Ainda resisti por dois dias aos miados alucinados, no terceiro, fiquei assustada com o silêncio e quando fui conferir o que aconteceu, encontrei-a dormindo sozinha na área externa no local onde trabalho.
Ai não aguentei mais. Coloquei ela no colo e  perguntei à minha mãe o que eu fazia (pelo Whatsapp) e ela me disse para trazê-la.
Ela cabia na palma da minha mão. Muito elegante em seu paletó, com as mangas dobradas e as pernas da calça dobradas. Tinha o pelo ralo, parecia mais um ratinho.
Tinha uma garganta muito potente e miava bem alto.
Costelinha, o cachorro lá de casa ficou encantado com ela e queria desperadamente brincar.
E assim no dia 3 de junho de 2015, começou nossa história.
A cada dia, eu estava mais apaixonada. 
Minha mãe queria dar-lhe o nome de Dora. Mas meu marido que teve a honra de escolher o nome vencedor: Valentina. Valentine é uma personagem do livro que ele estava lendo na época, Ender's game. Era a irmã do protagonista.
Gostei da sonoridade de Vallentina Vale. O l duplo foi obra da minha mãe.
Vallentina viaja comigo para Fortaleza e depois de volta para Limoeiro. Adaptou-se bem a essa rotina e morava e mandava nas duas casas.
Era tida como anti-social, porque só aceitava uma certa quantidade de carinho e depois ia embora. 
Se tivesse visita em casa, desaparecia até a visita sair.
Minha irmã costumava dizer que nunca tinha visto uma gata tão parecida com a dona. 
Gostava tanto quando sentia o corpinho quente dela me fazer companhia durante a noite. Pena que logo em seguida, levava uma mordida no pé, porque, a essa altura eu já devia saber que a madrugada é a melhor hora para brincar.
Era infalível em nos acordar 5h40min para pedir comida e para que abríssemos a porta. Em troca, pulava no nosso colo e se deixava ser acariciada e ronronava, para nosso prazer.
Destruiu nossa poltrona, quebrou xícara da minha coleção, mordeu, arranhou, rasgou, derramava água e a comida, adorava uma bagunça, mas nunca consegui ficar chateada com ela mais do que alguns segundos.
No dia 20 de junho de 2016, tive um pico de pressão arterial e na terça viajamos para Fortaleza.
Como iria ter um curso na sexta-feira, achamos por bem deixar Vallentina, voltamos para casa em Limoeiro na quarta-feira.
Quando cheguei do trabalho, Markos me deu a notícia de que minha mãe tinha ligado e a Vallentina tinha desaparecido. A princípio não fiquei preocupada, porque pensei que ela logo voltaria, mas com o passar dos dias, meu coração ficou cada vez mais apertado.
Na sexta-feira de manhã, subi no telhado, andamos pelas proximidades, avisamos a todos no prédio, mas obtivemos nenhum sucesso.
E até agora essa angústia continua.

Tento não perder as esperanças, mas é muito difícil.
É um sofrimento muito grande que só quem amou muito um animalzinho pode sentir.
Chorei e choro muitas vezes, ainda não consigo ver os brinquedos, e as coisinhas dela sem me emocionar.
Tenho certeza que muita gente acha isso uma besteira. Sofrer por um gato, vê se tem cabimento. E talvez esse seja um dos motivos porque eu não encarei minha dor de frente e cada vez que me deparo com ela, é como se fosse a primeira vez.
Alguém me disse que a gente é ensinado que deve ser feliz a qualquer custo e que, por isso, a gente não é preparado para lidar com a dor. Ninguém deixa a gente chorar, passar pelo processo de perda, de luto como precisamos passar. Se alguém nos vê chorando, diz logo: "Não chora, vai ficar tudo bem". "Vai passar".
Essa pessoa também me disse que é normal sofrer assim quando você perde um bichinho que amou tanto. E estou tentando encarar essas emoções, mesmo sendo difícil.
Talvez a cada dia, diminua 0,01% da dor, e talvez um dia, tudo o que me resta será uma saudade enorme.
Quero aproveitar e dizer para você que também perdeu um amigo animal muito querido, a dor é grande mesmo, demora a passar, mas se a gente se der a chance de enfrentar esses sentimentos, de senti-los e aprender a conviver com eles, talvez a gente não precise mais se privar de lembrar dos bons momentos que passamos com nossos bichinhos.
Quanto a adotar outro gatinho, ainda estou pensando. Não há como substituir, isso nem precisa dizer, mas tenho certeza que será um amor novo e todo especial, assim como o que eu senti pela Nika, e assim como ainda sinto pela Vallentina.
O problema é que tenho que vencer o medo de me apegar novamente. Tenho que lembrar o quanto eu teria perdido de momentos de felicidade, se não tivesse adotado a minha gatinha por medo de um dia perdê-la..
Por enquanto, a gatinha do meu vizinho de baixo, que nós chamamos de Tapetinha, vem nos visitar com frequência e vem aquecendo meu coração nesse período tão difícil.
Se por um acaso, você, caro leitor, ver a gatinha da foto em algum lugar de Fortaleza, por favor entre em contato.
Obrigada por ler meu desabafo!

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Bora viajar?


Minha gente, mal posso esperar pela próxima viagem! Dessa vez, vou para Bogotá, Colômbia e, confesso, fiquei tão empolgada que até perdi o sono no dia em que confirmamos a viagem.
E então estava cá com os meus botões pensando como tem gente que não gosta de viajar.
De longe, para mim, é o melhor investimento.
Porque, veja, não é a viagem por si só, mas tudo que vem antes e o que vem depois, ou seja, todo o processo.
Começa com um sonho, uma vontade, uma inquietação. Sua alma cigana/nômade não aguenta mais seguir os mesmos caminhos. É preciso divisar novos horizontes, respirar outros ares.
Ai é hora de colocar no papel. Planejar. Que coisa mais deliciosa!
Para os mais práticos, comprar um pacote com tudo pronto, com todo o roteiro. Onde é que eu assino?
Para quem quer uma programação totalmente personalizada, o melhor é o próprio viajante preparar o roteiro. Dá trabalho? Dá muito! Mas é bom. A viagem vai tomando forma. Vamos explorando virtualmente os locais que queremos conhecer, esbarramos com outros que não estão na mainstream turística.
Correspondente Anônimo é top em planejar roteiro de viagem. Eu planejei a nossa viagem para Buenos Aires, sofri um pouco no começo, mas deu para sair uma programação mais ou menos.
Segue algumas diquinhas que aprendi com ele:
1. Escolher onde ir – essa é hora de: “Eu quero ir lá” e tacar o dedão no mapa! Liste todos os lugares que gostaria de visitar. Tooooodoooos!
2. Breve pesquisa sobre os locais a visitar – isto vai ajudar a ter uma ideia do que vai encontrar lá, para saber se vale a pena e se está dentro de seus interesses e do seu orçamento. Esse passo ajuda muito no próximo.
3. Triagem – provavelmente não dará tempo visitar todos os lugares que você separou para ir. É a hora de eleger os que vão ter vaga garantida nesta viagem.
Lembre-se! Você sempre pode voltar! Eu sei, eu sei, eu também sempre viajo querendo ver tudo, como se fosse morrer amanhã... Não adianta escolher coisa demais e não conseguir aproveitar. Ai na próxima viagem vai ter que ir lá de novo!
4. Location, location, location! - olhe no mapinha os locais que ficam próximos, isso serve para organizar o que vai fazer em cada dia, com melhor aproveitamento do tempo e sem gastar desnecessariamente com deslocamentos.

 
5. Horário de funcionamento e valor do ingresso – importante para organizar os passeios no dia da semana. Nada mais frustrante do que se desabalar para algum ponto turístico dos sonhos e dar de cara com a porta... Algumas atrações têm dias ou horários com valor de ingresso diferenciado. Ai sobra mais grana para trazer bugingagas! Adoro!
6. Plano B – A programação não deve ser algo inflexível, lembre-se: principal objetivo é se divertir. Assim, o ideal é que o roteiro de alguns dias possa ser trocado em virtudes das peculiaridades da própria viagem. Por exemplo, se você vai algum lugar com clima frio e naquela dia estava planejado um passeio ao ar livre e, por azar está chovendo (ou nevando), mude para a programação que tenha passeios em lugares cobertos e quentinhos.
Outra coisa, nada impede de mudar de ideia em relação a um lugar ou atração e trocá-la por outra.
Mais uma coisa: você não é obrigado a nada. Com isso quero dizer que, por mais que um ponto turístico ou atração seja tradicional, você não precisa ir lá. Vá se for do seu interesse, pensando no seu divertimento. E seja feliz!
Você pode passar por experiências incríveis.
Tudo pronto?
Agora é só viajar! Aproveitar, curtir!
Fotografe menos, aproveite mais. Falo por experiência própria. Não adianta querer documentar cada segundo da viagem em fotos e não curte o momento de estar naquele lugar incrível que você sempre sonhou em visitar. Eu sei que parece besteira. Mas cerca de 90% das fotos de viagem só vão ser vistas na hora de passá-las para computador. Exemplo: fotografar tudo que tem no museu. Depois a gente nem lembra o que era aquilo mesmo.
Em minha primeira viagem internacional, visitei Nova Iorque, Boston, Washington e Ithaca. Em 20 dias, tiramos mais de 3mil fotos. Para o álbum foram escolhidas apenas 300...
E na volta, só boas lembranças! Sim, porque a viagem tem esse poder, mesmo os contratempos que te fizeram perder a compostura passam a ser lembranças engraçadas. Parte da aventura.
E sabe o que é o melhor de tudo? A viagem não acaba quando você chega em casa. Você sempre pode visitar o lugar na sua memória. Pode reviver o momento, compartilhando com um amigo que viajará em breve. Ver nos filmes e nos livros!
Ai ai, bom demais! Estou morta de feliz só porque pensei em viajar.
Depois o Correspondente Anônimo passa aqui e complementa se tiver faltado alguma coisa.
Conte sua dica para planejar uma boa viagem nos comentários.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Só uma estante, por favor! #1

Adoro admirar as estantes alheias, ver que livro tem lá, ver o sistema de organização, etc.
E visitar bibliotecas e livrarias? Bom demais! Passar horas entre livros, tocando, cheirando e lendo!
Assim, periodicamente, vamos procurar uma estante, livraria, biblioteca bem legal para gente admirar e babar juntos!
Para começar logo com o pé direito, dá uma olhada nesta foto da minha visita à maravilhosa El Ateneo Grand Splendid:

Quando em Buenos Aires, não esqueça de passar por lá!
Um antigo teatro transformado em uma livraria incrível. Umas livrarias mais lindas do mundo, segundo "The Guardian"!
Deixe suas sugestões nos comentários!
Crédito da foto: Karol Vale

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