Stephen King
Suma das Letras
2013
736 p.
Todo mundo uma vez na vida se perguntou
se algo seria diferente se tivesse mudado alguns dos fatores. E se os
ingleses tivesse descoberto o Brasil? Se Stauffenberg
tivesse obtido êxito em seu atentado a Hittler? E se Kennedy não
tivesse sido assassinado? Al Templeton encontrou uma passagem na sua
dispensa que levava de volta no tempo mais precisamente no dia 09 de
setembro de 1958. Descoberto esse portal, queria a todo custo evitar
que Lee Harvey Oswald assassinasse o presidente. Não obtendo sucesso
em sua tentativa decide recrutar Jake Epping, um professor do
supletivo para continuar sua missão.
Percebam que até 22 de novembro de
1963, data em que ocorre a morte de JFK, ainda faltam cerca de cinco
anos, assim Jake terá que viver no passado e terá muito tempo para
se preparar... Será?
Quando eu ouvi falar do livro, fiquei muito curiosa para ler. Gostei
muito da prévia acima e acreditava que Stephen King conseguiria
desenvolver o enredo muito bem. E eu estava certa!
Dar mais detalhes do que isso pode
comprometer a experiência do leitor e esse não é nosso objetivo.
O que temos aqui é um enredo que, à primeira vista, parece mais um
sobre viagem no tempo, mas não. Estamos colados com Jake a cada
passo, a cada escolha e a cada consequência. Uma coisa que fica bem
estabelecida desde o princípio é que o passado não quer ser mudado
e quem se mete com ele, compra uma briga feia. Nessa hora, percebemos
que o farfalhar das asas da borboleta tem um devastador.
A despeito de ser um volume longo (mais
de 700 páginas), você não sente. Devorei as páginas avidamente e
agora estou passando pelo vazio literário, que é o que ocorre
quando você é tragada para dentro do universo da história que está
lendo e passa a viver lá, e quando o livro acaba e você volta a sua
realidade, se sente estranho e triste por ser sido expulso
bruscamente de lá.
Sem exagero, até sonhar eu sonhei. O
clima de tensão do livro é forte e passei uma semana sem dormir
direito, rememorando os fatos do livro. Contei uma parte para
Correspondente Anônimo e sofri com um misto de felicidade e tristeza
quando ele me disse que queria ler o livro =D e que por isso eu não
podia falar mais nada sobre ele =(.
A teoria da viagem no tempo foi
adequada para o enredo e suas premissas são estabelecidas desde o
princípio e são preservadas ao longo do livro, com a vantagem de
ser bastante simples sem ser simplória.
Stephen King começou a escrever o
livro em 1973, mas interrompeu o processo por causa da monumental
pesquisa que a história demandava e porque o ocorrido ainda estava
muito recente. Isso acabou sendo uma escolha acertada e ele nos
brindou com mais livro fantástico, a despeito de estar fora do
terror e do sobrenatural, sua área de conforto, por assim dizer, mas ainda é bem a cara de King.
Sou fã de King desde “O iluminado”,
e a cada livro que leio (com exceção de A maldição do cigano, que
abandonei, mas que ainda vou tentar reler) gosto ainda mais e me surpreendo com as loucuras que ainda podem sair dessa cabeça maluca.
Outro detalhe que gostei muito é que a
dança tem um certo destaque em alguns momentos, coroada com uma trilha
sonora muito boa e estilo bem apropriado.
Foi difícil escrever sem entrar muito
nos detalhes, porque ainda estou super empolgada, mas não queria
estragar nenhuma das surpresas e reviravoltas.
Veredito: Excelente!
Até a próxima!