terça-feira, 19 de março de 2013

Nós fomos: New York, Washington, Boston e Ithaca - Introdução



A vontade de fazer essa viagem vem de muito tempo e foi maximizada pela presença do meu amado Correspondente Anônimo por aquelas bandas. Os primeiros planos foram de viajar no final do ano, para passarmos o Natal e o ano novo juntos. Mas em razões de dificuldades logísticas no meu trabalho, adiei a viagem para a época do carnaval e adicionando algumas folgas, conseguiria passar quase 20 dias passeando e matando um pouco da saudade daquele meu moço mais querido.
Os preparativos
Já que ia viajar para os States, tinha que tirar o bendito visto, já que já possuía  o passaporte. No final de novembro, viajei para Recife. As duas “entrevistas” foram tranquilas. No primeiro dia, no CASV (Centro de atendimento ao solicitante do visto), colheram minhas digitais e tiraram a minha foto e pronto, liberada. No dia seguinte, no consulado, foi mais simples ainda, perguntaram minha profissão e praticamente foi isso.
O único problema é que fui emitir o visto no auge da confusão entre os correios e a DHL e recebi a triste notícia que teria de buscar meu visto pessoalmente, ou mandar alguém com uma procuração. Mas, para alegria geral, o visto chegou sem problemas, e no dia do meu aniversário!
Pouco antes disso, eu resolvi comprar as passagens, mesmo sem o documento em mãos, porque achei um preço camarada na TAM. Com a chegada do visto, senti que essa aventura ia realmente acontecer.
The book is on the table
Meu inglês não anda lá bem das pernas. Nem na época que fazia o curso, falava muito, mais por vergonha do que por falta de conhecimento, é que me atropelo um pouco (muito). Estava um pouco apreensiva em relação a isso, mas saibam vocês, que nos lugares mais críticos, como no aeroporto, os funcionários já têm algumas noções de português, o que ajuda imensamente. Alguns museus que visitamos e até o Memorial do 11 de setembro, disponibilizavam folders em português. E quando você fala que é do Brasil, o pessoal acha ótimo e fica loucamente falando “Ah, Brasil, São Paulo, Rio de Janeiro etc.”
No mais, Correspondente Anônimo me salvou e me ajudou bastante.
The winter is coming
Na verdade, eu viajei no ápice do inverno, e para uma cearense que vive nos sertões dos Inhamuns essa mudança brusca de temperatura quase me fez trincar =D. Mostrei para o Correspondente os casacos que tinha em casa, e não acreditei nele quando disse que eu iria passar frio. Pior que passei mesmo =P, mesmo toda acasacada. Já em New York City, (ah, meninas, fiquem de olho na palavra “Clearance” ou na expressão “on sale” que é o correspondente a liquidação) comprei dois casacos por uma pechincha, que foi o que me salvou. Quanto às luvas, nenhuma das que experimentei esquentam de verdade, mas é melhor do que ficar de mão de fora.
No começo, sofri um pouquinho (muito), mas ao longo do tempo, a gente vai se acostumando. Outra coisa, nada de esquecer do hidratante e do protetor solar, eu deixei de passar alguns dias (a preguiça foi maior do que a vaidade) e estou aqui sofrendo com as consequências de uma pele ressecadíssima.
Olha a tempestade chegando aí gente! (Lado sul de Manhattan, Nova Iorque, visto do Empire State Building)
A neve... pode parecer matutice, mas é bem legal ver tudo cobertinho de branco. Mas não é legal, quanto está nevando, e começa a entrar no olho. Quem usa óculos, também sofre com ela se acumulando nas lentes. Ainda fiz uma bolinha de neve, mas não tive em quem jogar =( e fiz um micro boneco de neve para LadyReaper, conforme prometi.
Vista da Baía de Boston
Também não é legal escorregar e muito menos, escutar o guardinha falando “watch your step” (olhe por onde anda), falei baixinho em português “não me diga!!!”
Outra coisa ruim do inverno, é que tudo fica seco, ai fica meio desanimado, que o diga o Central Park, que parecia a mesma paisagem de onde eu tinha acabado de sair. Mas a neve dá o charme.
Atenção, senhores passageiros!
A minha viagem, começou bem antes de Fortaleza, afinal, saí de Novo Oriente (a 400 km de Fortaleza), voei para São Paulo e de lá enfrentaria 9h de voo até o Aeroporto JFK em NYC. No avião, sentei ao lado de uma senhora supersimpática e o voo foi tranquilo, passei o tempo assistindo filmes ou dormindo, levantei algumas vezes para esticar as pernas. No final, descobrimos que era a primeira vez das duas no exterior e que ambas estamos visitando pessoas muita queridas ao coração, ela, a sua filha, e eu, o meu amado.
Muita expectativa na hora de passar pela imigração, afinal, ainda havia uma chance remota de eles me mandarem embora dali mesmo. Mas deu tudo certo, o atendente até falava um pouco de português e pisei em solo norte americano.
Tão desolado... Parece o meu Sertão... (Central Park, Nova Iorque)
Quando a Garota_D me disse que estava querendo vir para cá, comecei a trabalhar a logística da viagem. Quais cidades a gente iria visitar, quanto tempo passaria em cada cidade, como viajaria entre as cidades e, principalmente, quais atrações a gente veria. Depois que ela me falou que o visto tinha saído, obviamente, os preparativos se intensificaram.

As cidades que teriam a honra de nos receber seriam escolhidas entre New York, Washington, Boston, Chicago, Philadelphia, Niagara Falls e Ithaca. Ithaca e New York eram as duas certezas. Ithaca, por que a Garota_D queria vir para cá, conhecer a cidade onde estou morando. New York por que, bem, é New York. Chicago, que fica no centro dos EUA enquanto as outras ficam na costa leste, se mostrou muito contra-mão. Seria muito tempo perdido só em deslocamento. Niagara Falls acabou se mostrando contra-mão também. Apesar de ser perto de Ithaca (menos de 5 hrs de viagem), não existe ônibus direto para lá. Philadelphia acabou entrando muito tarde na lista, então ficou de fora. Logo, as cidades escolhidas foram New York, Washington, Boston e Ithaca.

Outra coisa que pesou na escolha das cidades que a gente iria visitar foi o deslocamento de uma para outra, avião, trem, carro ou ônibus. Ir de avião seria muito caro. Como a viagem seria no inverno, ir de carro poderia significar dirigir na neve. Não, obrigado. A decisão final ficou entre ônibus e trem, e o bolso acabou falando mais alto. Fizemos todas as viagens entre as cidades de ônibus, durante a noite. De fato, ir de trem teria sido uma escolha melhor.
A grama do Boston Common estava tão verdinha...
O próximo passo seria decidir quantos dias a gente passaria em cada cidade. A Garota_D passaria 20 dias aqui. Então, ficou decidido que seriam 6 dias em New York, 5 em Washington, 5 em Boston e 2 em Ithaca. As contas não batem!!! Calma, 1 dia para ela chegar, à noite, e mais 1 dia para ela partir, de manhã.

Agora, procurar hotel. Os albergues aqui nos EUA, geralmente, não oferecem café da manhã (dá-lhe Brasil!). Aliás, muitos hotéis aqui também não oferecem café da manhã. Procurei os hotéis nos sites ChoiceHotels e Hotels.com. Achei uns hotéis relativamente baratos, com café da manhã, e, se não perto do centro da cidade, pelo menos perto de uma estação de metrô.

Depois disso tudo, decidir as atrações, passo que também influenciou na quantidade de dias em cada cidade. Para facilitar a nossa vida, em algumas cidades, existem passes que dão desconto nos ingressos de várias atrações. Assim, nos sites desses passes, existem listas de atrações, e basta a gente escolher aquelas que a gente quer ver (CityPass e SmartDestinations foram os que a gente olhou).

Depois de decididas as atrações, fazer o planejamento dia a dia da viagem. O que fazer, quando fazer e onde fazer em cada dia. Montei uma tabelinha no OOo Calc onde as colunas eram os dias e as linhas eram as horas. Aliás, horas, não, por que as linhas variavam de 5 em 5 minutos.

Cada dia envolveria atrações mais ou menos perto umas das outras, e o GoogleMaps ajudou muito nessa hora. Nos sites de algumas atrações, tem mais ou menos o tempo que uma pessoa leva visitando aquela atração, ou o tempo do tour daquela atração, por exemplo. Isso facilitou a montagem da tabela.

Além disso, na tabela, tinha ainda os horários das viagens de ônibus, e as informações de como chegar em cada atração (qual linha de metrô, qual estação descer, por qual rua andar e em qual direção). Obviamente, isso era um backup, uma vez que os todo os mapas, com as rotas entre as atrações, foram salvos também.

Ufa, agora sim, tudo pronto, né? Não, não, ainda falta a pior parte, a mais horrenda e dolorosa. Gastar dinheiro. Comprar os passes, os ingressos das atrações não-inclusas nos passes, reservar os hotéis, e as passagens dos ônibus. Quanto mais cedo reservados os hotéis, maiores os descontos. O mesmo vale para as passagens de ônibus. Por isso, esses foram os primeiros a serem comprados, no início de dezembro. Os passes e ingressos foram comprados só em janeiro.

Agora sim, tudo pronto. Faltava só mesmo a Garota_D chegar!
Pôr do sol no Lago dos Jardins da Constituição, em Washington
Abraços,
Correspondente Anônimo

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