domingo, 18 de janeiro de 2009

É proibido fumar



Já faz algum tempo que eu estava pensando em falar desse assunto. E agora de madrugada resolvi colocá-lo para fora.
Bem, detesto cigarro, não vou dizer desde sempre, porque há uma época que eu não tinha noção de nada e era totalmente indiferente. Tudo começou com uma queimadura. Não me lembro em que situação, só sei que tinha muita gente na minha casa e uma pessoa estava parada com o cigarro na mão e eu passei por perto e me queimei. Um pequeno círculo de pele chamuscada. Tenho a vaga lembrança de ter ficado com muita raiva. Lembro de ter mostrado indignada o meu ferimento ao meu agressor e, fosse quem ele fosse, nunca mais o tratei daquela forma. A partir daí comecei meu trabalho contra o cigarro. Além do fato de me incomodar a fumaça, o cheiro (e talvez o perigo de me queimar novamente), eu já sabia que fazia mal e que podia matar o usuário e tentava "salvar" as pessoas queridas desse veneno.
Uma tia minha conta que parou de fumar depois de um fato: quando ela foi me abraçar, eu recusei dizendo que ela fedia a cigarro. Ela me disse que ficou tão chocada e tão triste que resolveu parar.
Na casa de um tio meu encontrei minha bíblia! O nome do livro era (se não me engano) " O fumo no banco dos réus". Tinha fotos horríveis de pulmões e diversos órgãos do corpo humano e como ficavam deteriorados com o uso do cigarro. Mas pasmada fiquei eu quando soube que o dono do livro o lia fumando. Esse não tinha mais salvação.
Achando que meu trabalho foi em vão, deixei de me incomodar. "Você se importa se eu fumar?", Desde que não sopre a fumaça em mim, por mim tudo bem, eu respondia.
Isso foi até eu conhecer uma expressão: fumante passivo. Isso mudou tudo. Saber que há pessoas que morreram de doenças típicas de fumantes inveterados sem que nunca esta vítima tivesse colocado um cigarro na boca foi demais para mim. Eu desenvolvi um ódio mortal, uma repulsa que não consigo segurar. Agora era minha saúde que estava em jogo isso eu não podia aceitar.
Recuso-me a permanecer perto de fumantes, ainda que amigos, familiares, e manifesto expressamente a minha ojeriza pelo cigarro, seja por gestos ou palavras.
Fiquei impressionada com a repercução de uma lei que foi aprovada, se não em engano na França, que proibiu o fumo em lugares públicos. Diversas pessoas insurgiram-se dizendo que isso era um acinte contra a liberdade!
E a minha liberdade de não ser fumante passivo onde fica?
Sem querer adentrar muito nos meadros do Direito, existe uma coisa chamada sopesamento de princípios jurídicos e aprendi na faculdade, e você há de concordar comigo, que a vida é mais importante do que a liberdade. Assim, se o fato de uma pessoa fumar perto de mim pode causar minha morte ou debilitar minha saúde, sinceramente, acho extremamente justo que este tipo de atitude seja proibida.
Os fumantes deviam ser mais egoístas. Por que não ficam com a fumaça e todos os malditos gases tóxicos que saem do maldito "pirulito de fumaça" só para eles? Por que teimam em dividi-los com outras pessoas que não os desejam?
Chego a pensar numa solução digna dos produtos Tabajara. "Todo mundo se incomoda com a fumaça de seu cigarro ? Seus problemas acabaram! Adquira agora o seu SmokeIndividualArmazenator. Uma estrutura de vidro que fica sobre a sua cabeça e impede que a fumaça liberada pelo cigarro seja espalhada pelo ambiente e aproveite ao máximo o seu cigarro sem incomodar as pessoas."
A filosofia que adoto em relação ao cigarro é talvez radical demais, mas há muito em jogo para haver qualquer eufemismo ou tolerância. Veja as informações abaixo:

O fumante passivo é o indivíduo que não fuma, mas está exposto à fumaça de cigarros de parentes, amigos ou colegas de trabalho. O cigarro é o maior poluidor ambiental doméstico, segundo a Organização Mundial da Saúde. Como as pessoas passam 80% de seu tempo em locais fechados no trabalho, nas residências ou em locais de lazer há grande risco de exposição excessiva a esta fumaça.

Os efeitos nocivos de fumar ativamentesão conhecidos há muitas décadas. Atualmente se reconhece que os não fumantes têm muitas das doenças que os fumantes costumam apresentar, justamente por estarem expostos à fumaça do cigarro.

Estima-se que aproximadamente 700 milhões de crianças, ou seja, quase a metade das crianças de todo o mundo são fumantes passivas, principalmente devido ao hábito de fumar de seus pais.


Na queima de um cigarro são liberadas mais de 4000 substâncias na forma de gases e partículas. Algumas têm propriedades irritativas e mais de 60 são conhecidas como carcinogênicas (que podem provocar câncer) em humanos e animais. Os componentes gasosos da fumaça são o monóxido de carbono (principal constituinte), o dióxido de carbono, a amônia, o formaldeído, a acroleína, a dimetilnitrosamina e o hidróxido de cianeto. A porção particulada da fumaça é constituída de nicotina, alcatrão, benzeno e benzopireno.

O fumante passivo fica exposto à fumaça do cigarro que é exalada pelo fumante e à fumaça da queima final do cigarro. A fumaça, exalada pelo fumante, é mais concentrada, contém maior umidade e mais substâncias voláteis, porém é menos tóxica do que a fumaça exalada do cigarro, produzida pela sua queima entre as tragadas ou quando este é abandonado ainda aceso, possui maior quantidade de compostos tóxicos como por exemplo, N-nitrosaminas, benzopirenos, monóxido de carbono, nicotina e metais pesados.

As principais manifestações clínicas em fumantes passivos adultos são sintomas respiratórios em pacientes sadios, exacerbação de efeitos irritativos em pacientes alérgicos, aumento da taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares (25 a 35%), de câncer de pulmão, desenvolvimento de câncer do colo do útero, boca, garganta, laringe, esôfago, bexioga, rim, pâncreas, cérebro, tireóide e mama.

Asmáticos expostos à fumaça do cigarro têm maior risco de dispnéia (falta de ar) e de restrições das atividades diárias. Adultos continuamente expostos à fumaça do cigarro têm maior risco de desenvolver asma do que os não expostos (40 a 60%).

As principais queixas físicas apresentadas pelos fumantes passivos são: ardência ou queimação das mucosas com irritação ocular e da garganta, náuseas, cefaléia, espirros, congestão nasal, rinite e tosse.

Crianças expostas à fumaça do cigarro têm maior risco de apresentarem doenças infecciosas do trato respiratório (bronquite, bronquiolite, crupe e pneumonia), otite média, asma, doenças cardiovasculares, distúrbios de comportamento e do desenvolvimento neurológico e câncer, principalmente do pulmão. Todos estes efeitos são muito semelhantes aos descritos em adultos, mas as crianças são mais suscetíveis à toxicidade da fumaça do cigarro por serem imaturos em sua constituição.

Filhos de fumantes parecem ter dificuldade de aprendizado, atraso no desenvolvimento da linguagem e mais problemas de comportamento, como hiperatividade, distúrbios de conduta e desatenção. Por fim, crianças que são fumantes passivas têm mais chances de tornarem-se fumantes no futuro.


fonte: http://psicoativas.ufcspa.edu.br/fum%20pas.html


Um comentário:

  1. "E a minha liberdade de não ser fumante passivo onde fica?!" Indignação fundamentada como uma verdadeira jurista. Parabéns, Garota_D! Quando era criança, também fui queimada por cigarro e hoje não suporto o cheiro. Fiquei abismada com a gravidade dos efeitos nos fumantes passivos.

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