terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Livro: O Código da Vida


Eu, mais do que ninguém, deveria saber que não se deve julgar um livro pela capa... mas quando vi FANTÁSTICO LITÍGIO JUDICIAL DE UMA FAMÍLIA: DRAMA, SUSPENSE, SURPRESAS E MISTÉRIOS, não consegui resistir. Cometi o pecado duas vezes: dei o livro de presente e comprei para mim (ainda bem que foi barato...) Para aumentar a ilusão, na contracapa do livro, há uma mensagem de Jô Soares, devia valer alguma coisa (ou não...).

Abri o livro e leio o seguinte trecho que instiga a minha curiosidade:

"Neste livro, narro um desses casos [casos impactantes], trocando s nomes das pessoas. É impactante! Uma senhora acusa o ex-mariado de praticar atos obscenos com os próprios filhos menores e propõe contra ele ação judicial para extinguir seu direito de ver as crianças. O juiz concede medida liminar e proíbe o pai de ter qualquer contato com os menores.
Desesperado, o pai procura um advogado, que se recusa a defendê-lo. A prova é cruel: uma gravação. Os filhos contam atos terríveis e imorais que foram forçados a praticar."


Fiquei impolgadíssima! O livro é massa! Vale a pena. Mas devia ter desconfiado quando li o trecho seguinte:

Falando sobre os momentos históricos brasileiro de que participou, tendo conhecido e trabalhado com Jânio Quadros, Sarney, Mário Covas, sendo Ministro da Justiça e Consultor Geral da República, o autor diz:

"Conto tudo, mas procuro ser breve, porque o principal é a história das crianças submetidas a um simbólico, mas feroz tiroteio entre os pais separados. O julgamento emocionante, conduzido por um juiz fabuloso. E o incrível desfecho da história, mas de vinte anos depois em Londres, cidade predileta dos escritores de mistérios policiais".


Eu desconfiei, mas não atendi ao alerta e comprei o livro e o pior, comecei a ler.

A história do caso em si é emocionante, com reviravoltas e estratégias mirabolantes. Mas percebi que comprei gato por lebre. O que o Sr. Saulo Ramos fez foi uma mal disfarçada autobiografia e a vendeu como romance jurídico baseado em fatos reais. Tinha momentos que eu sentia vontade de pular o capítulo e continuar lendo a história, aquela que me fez comprar o livro.

No começo, as digressões são curtas, não chegam nem a incomodar, mas tem momentos que ele se perde em reminiscências e esquece da história.

Eu pensei que era implicância minha, mas no Consultor Jurídico encontrei uma crítica intitulada "Lorotas a Granel: Saulo Ramos reescreve a história do Brasil em causa própria". Eu pessoalmente, nunca tinha ouvido falar nesse cidadão antes do lançamento desse livro e fiquei com uma pulga atrás da orelha, afinal um cara que, segundo ele mesmo, participou de momentos jurídicos cruciais no país e nunca ouvi falar, nenhum professor meu mencionou em nenhuma circunstância... alguma coisa estava errada...

"Não se pode negar originalidade nem bom humor ao escritor Saulo Ramos. Embora coerência e fidelidade aos fatos não seja seu forte. Afinal, nem ele próprio — que chega a se chamar de “caçador de bagres” escapa da sua língua: “Dizem que, quando voltou ao mundo, para castigar os homens, Deus mandou ao Egito a praga dos gafanhotos; e ao Brasil a praga dos advogados”. O advogado Saulo Ramos, parece, seria uma agravante dessa pena."


Balanço final: a história do litígio familiar é realmente interessante, mas o resto, bem... prefiro não comentar...

Algumas frases interessantes:

"Na advocacia, o sofá sempre começa sendo divã. É preciso ouvir tudo, para depois separar as emoções daquilo que possa merecer análise jurídica".

"Cerca de 90% dos políticos existentes dão aos 10% restantes uma péssima reputação" Henry Kissinger

"Gostaria de suicidar-me, mas é muito perigoso" Sofocleto

"O senhor é um advogado fantástico. Vendi uns bois de um sujeito, fazendeiro rico, que não quis me pagar a comissão. Fui dormir aborrecido e sonhre que devia consultar o senhor e, em sonho, consultei. O senhor me aconselhou a conversar com o sujeito, levando dois amigos que servissem de testemunha. Acordei, segui seu conselho, e o sujeito confirmou tudo na frente dos meus amigos; mas insistiu em dizer que não pagava a comissão, porque não tinha contrato. 'E dai?'. Daé, mandei um amigo comum dizer a ele que cobraria a comissão em juízo, que tinha duas testemunhas e que o senhor seria meu advogado. E ele pagou. ' E os meus honorários? Você vai pagar?' Fique tranqüilo, na próxima vez que sonhar eu pago."


Leia, mas sabendo que tem muita gordura textual nesse romance.

2 comentários:

  1. Estou fazendo uma campanha de doações para crriar uma minibiblioteca comunitaria na minha comunitaria na minha comunidade carente aqui no Rio de Janeiro,preciso da ajuda de todos.Doações no Banco do brasil agencia 3082-1 conta 9.799-3 Que DEUS abençõe todos nos.Meu e-mail asilvareis10@gmail.com

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  2. Bom dia!

    Se o título do livro é "Código da Vida", o tem principal deve ser 'amor'. Certo?

    Boa semana!

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