sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Quem mexeu na minha rotina?


O início de tudo: O Pão de Açúcar da Rodoviária fechou para reforma. Qual a relevância disso na minha vida? Faço compras lá toda sexta-feira. Conheço-o de cabo a rabo! Tenho até um funcionário preferido: o fatiador de frios, meu praticamente amigo Oliveira, cara simpático, já sabe até o meu pedido: 300, 300, 300! Presunto, queijo e peito de peru! E ai dou de cara com o supermercado fechado. Pânico! Onde vou fazer minhas compras agora? Muitas opções, é certo, mas nenhuma em que eu saiba andar de olho fechado e tenha o Oliveira 300, 300, 300.
Entrei no Pão de Açúcar da 13 de maio. Diferente de que não faz compras comumente, supermercado não é tudo igual. A rotina e o hábito trazem uma familiaridade confortável. E quando se fala em conforto, deve-se lembrar de outra palavrinha: comodidade, ou melhor, comodismo. Não é porque o supermercado é mais perto da minha casa, porque é o melhor, porque os preços são mais acessíveis. É o simples e puro costume, rotina, hábito. Agora me diga, se mudar de supermercado, academia, banco etc, é difícil, imagina mudar de vida, mudar de hábitos, encarar uma dieta, uma mudança de cidade, uma nova tecnologia.
Eu posso até ser bagunçada (e mamãe há de confirmar), mas eu vivo muito bem no meu caos organizado, com as coisas deslocadamente organizadas na minha vida. Mas algo sai de lugar, ainda que seja para ser posto no lugar certo (a pergunta: certo para quem?), há uma sensação estranha, um sentimento de não pertencer, de estar errado. Ampliando esse universo, se de repente o Correspondente Anônimo (que é um namorado maravilhoso e nunca faria isso comigo, portanto, essa é uma hipótese metafisicamente abstrata) passasse a me ignorar ou ser frio comigo, saindo da rotina comum de carinho e amor, a sensação de que algo está errado se transforma em angústia. Entretanto, da mesma forma que era muito bom na barriguinha da mamãe e nós todos passamos pela experiência traumática do nascimento e estamos todos vivos e bem (em regra, afinal, há sempre quem reclame da vida), nós estamos preparados para ter nosso mundo virado de cabeça para baixo e conseguir nos adaptar a ele e daqui a pouco, morar na Lua vai ser a coisa mais banal do mundo. Ter todos os dados, cadastros, cartões resumidos na sua digital. A moral dessa confusão de idéias que eu fiz para poder organizá-las na minha cabeça é dizer, e ai vem o texto que o Aluízio postou, é que sempre existe o lado bom das mudanças e é nesses que você tem que se focar, inclusive para superar o lado ruim e revertê-lo em seu favor. Lembre-se que o que era novidade em pouco tempo vira normalidade.

"That the world's
A better place
When it's
Upside down, boy"
Sweet about me - Gabriella Cilmi

3 comentários:

  1. Mas que mudanças agoniam, isso agoniam... Aqui, sumida, a gente colocou uma enquete lá no blog pois vamos fazer um podcast e queremos saber a opinião dos nossos amigos sobre o que ele deveria ser, passa lá??

    Abração...

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  2. Sou altamente avessa à mudança e tenho de me lembrar constantemente que a vida só é vida quando está em movimento e, portanto, em mudança.

    E sei o que é se acostumar a fazer compras num só lugar. É assim que o Carrefour é pra mim. E olha que já tive notícias de amigos terem o carro arrombado no estacionamento de lá, mas não deixo de fazer compras nele porque já sei onde está tudo.

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  3. Karolis, também admito aqui, publicamente, que sou resistente à mudança. Como eu quero analisar o porquê de tudo (coisa de criança!), imagino que deve ser uma necessidade de controle.
    Beeeijo!

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