quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ser ou não ser um pirata, eis a questão

Convenhamos e sejamos bem sinceros, quem aqui usa Windows? Hmm, muito bem um grande número de pessoas creio eu. Quem aqui usa Windows original? Complicou né, certamente vai ter gente que nem sabe se o seu sistema operacional é original ou não. Continuando, quem aqui usa somente software originais? Ah, agora pegou pesado hein, será que isso existe?

Talvez os mais puristas vão dizer que usam Linux e que por este ser um sistema operacional de código aberto seus programas também são, mas essas mesmas pessoas sabem muito bem que um software GPL geralmente fica devendo e muito a um pago e mesmo no Linux existem os programas pagos.

Chegamos então ao X da questão, ser ou não ser um pirata? Sem dúvida todo mundo tem aquele discurso já pronto de que o governo isso ou que político tal é um ladrão e blá blá blá, bonito de se ouvir, a gente até pensa o quanto as pessoas são éticas. Mas a realidade é outra. Ou você acha que estar usando aquele Windows com a mesma serial de N milhões de pessoas espalhadas no mundo não seria definido como roubo? Ou aquele programa que você já pegou completo sem nenhuma restrição?

Duvido que exista alguém que tenha passado a vida toda sem utilizar absolutamente nada que não tenha sido uma cópia ou um produto pirata, e isso não se restringe ao mundo do software, mas aos aparelhos Xing-Ling, CDs, DVDs, filmes, perfumes etc, etc, etc. A punição do crime que cometemos só muda devido às leis que são ou não aplicadas, mas não deixamos de ser culpados. Todos somos ladrões, sim todos, somos ladrões de direitos autorais, intelectuais, tecnológicos...

Outro discurso já pronto que existe na cabeça de praticamente todo mundo (até parece que foi programado: se discurso 01 falhar executar discurso 02) é "Se fosse em um valor aceitável certamente eu pagaria". Ah, por favor, quem é que iria pagar por algo que se pode ter de "graça" com as mesmas funcionalidades que o original? A não ser que você queira ter o material completo, ou seja, caixas, manuais, artworks, suporte da empresa, enfim. Mas a grande maioria não está nem um pouco se importando com isso. Caixa? Jogamos fora. Manuais, pra quê se nunca serão lidos? Artworks? Eu lá preciso ver as idéias malucas que essa equipe teve até lançar o produto? Suporte? Hahaha quem precisa disso quando se tem o Google?

Até poderia ficar aqui citando N motivos para justificar que todos somos piratas por mais que ainda vá ter gente que diga o contrário, o ponto chave que quero chegar é a hipocrisia que existe ao redor desse assunto, é muito fácil criticar o país, o governo, os políticos por suas atitudes, difícil é olhar para si e ver que você também faz o mesmo se não até pior, quem sabe? Afinal, quem não se vangloria por ter faltado ao trabalho inventando uma desculpa, arrumando um atestado, não ter pago uma dívida, pois nunca chegou cobrança, etc. Uma vez Bill Gates disse: "Antes de tentar mudar o mundo comece limpando o seu quarto". Sabe que ele tinha mesmo toda a razão?

11 comentários:

  1. Correspondente Anônimo16 de setembro de 2009 às 11:03

    Concordo plenamente... Só faltou uma coisa que está diretamente relacionado com a gente, q faz faculdade, e tal... os livros, que sao constantemente copiados, ou ate mesmo baixados pela internet. finalmente, fica a dica para recomecar: use linux!

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  2. acho que existem vários fatores importantes, vários motivos, muito de educação e valores, outro por preços absurdos, outros por modelo de negócios... não da pra jogar uma de que todo mundo é desonesto, parte das pessoas realmente não usam pirata por questão de valores, veja:

    "Todos decidiram abrir mão de parte da margem em favor de um volume muito maior de vendas", disse Michel Levy, presidente da Microsoft no Brasil

    Um teste praticado entre abril e junho deste ano mostrou aumento de oito vezes no volume vendido do pacote Office para uso doméstico com a redução do preço. Por isso, a empresa também decidiu baixar o preço do Windows Vista na versão domiciliar.

    fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL631809-6174,00.html

    Outros contam como vantagem comparar produtos piratas... isso é questão de cultura e educação, e acontece mais em países como o brasil, que tem valores deturpados.

    Por que não ganhar dinheiro de outras formas, por que não outros modelos de negócio? o Google é exemplo, gigante que cresce encima de um modelo interessante, você vê muita pirataria de produtos do Google? aposto que não, pois o modelo deles cobra de quem pode e está disposto a pagar. No lugar de impor aos clientes finais.

    O tema é longo, está ai parte da minha opinião, não está totalmente formada, afinal é um assunto muito complexo, mas essa é a linha de raciocínio que sigo.

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  3. A pirataria é uma realidade em que a maioria das pessoas no mundo está inserida. É claro que os preços são absurdos e o governo é ladrão, e que isso não justifica a conduta de nenhuma forma. No entanto, virou um costume (para não usar a palavra crime) aceitável, principalmente porque as punições não são efetivas e ninguém sequer teme sofrer sanção pelo uso de piratas. A pirataria é o "jogo do bicho" da modernidade. Mas devo dizer que não concordo com você quando diz que se o preço fosse razoável, as pessoas continuariam a preferir o de graça. Claro que isso não é pacífico, mas ao adquirir algo de forma lícita, junto com ele, além das "caixas, manuais, artworks, suporte da empresa" etc, você adquire junto a proteção da relação de consumo, inclusive judicial (é mole?). E esse artigo vale um dinheiro a mais. Assim se você usa o piratex, e seu pc deu pau, ou o programa veio cheio de trojan e companhia, você vai sentar e chorar e depois buscar no google outro piratex para ver se dá um jeito na bagunça. Se você comprou um programa original que não funciona, você tem direito além do suporte, a possibilidade de receber seu dinheiro de volta, e dependendo dos danos causados pelo produto, indenização em dinheiro. E isso se estende para qualquer produto original, e essa garantia vale a pena ser comprada. É aquela velha história de que o barato sai caro, e eu acrescento que o de graça sai caríssimo! Vi certa vez uma reportagem sobre a venda de lentes de contato no camelô. Pessoas quase perderam a visão porque tentaram economizar. No meio dessa confusão toda tem que haver bom senso. É claro que os profissionais envolvidos na criação e produção seja de softwares, hardwares e produtos em geral merecem o justo pagamento pelo seu trabalho, entretanto, deve haver um equilíbrio nos dois lados: assim, não seria preferível receber um pouco menos do que não receber nada? O Linux, por exemplo (Correspondente Anônimo, me corrija se eu estiver enganada) é gratuito e de código livre e o escambal, mas você paga o suporte. O povo mesmo cuida da divulgação e quando há algum problema (e sempre haverá no que diz respeito à conturbada relação entre usuário e S.O. principalmente), a cobrança é feita. Hoje, há inúmeras formas de ganhar dinheiro oferencendo serviços de graça, pode-se dizer que houve uma verdadeira modificação da dinâmica das relações comerciais e empresariais,em grande parte por causa da internet, está na hora de essas vantagens chegarem aos consumidores. Quando isso acontecer, o povo deixará de usar o Uindous e terá acesso e recursos para adquirir o Windows original, por exemplo.

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  4. Bernardo,
    obrigada pela visita, pela intervenção pertinente e principalmente pela contribuição com a notícia. Seja bem-vindo sempre!

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  5. Correspondente Anônimo17 de setembro de 2009 às 23:32

    Dependendo da distribuição, é isso mesmo. Tem distribuição que não cobra pelo suporte.

    Mudando um pouco de assunto, eu e o meu irmão estávamos discutindo justamente isso hoje mais cedo. Pegue como exemplo a Steam, que é uma comunidade on-line onde você pode comprar jogos e instalá-los em seu PC. Você cria uma conta, compra os jogos por um preço muito barato (um pacote com 21 jogos da Valve, incluindo half-life 1 e 2, com todas as expansões, left 4 dead, e outros jogos, tava por 100 dólares, o hl1 isolado tava de 10 dólares, se não me engano), baixa, instala, pode jogar on-line ou off-line, e os jogos salvos ficam no servidor na internet (ou seja, vc pode acessar de qq computador). É um preço muito barato por uma tecnologia que vale a pena (para quem tem tempo de jogar, claro).

    Eu sempre digo, se jogos fossem baratos, eu comprava, não por ter o jogo, pq isso eu posso ter de graça, mas pelo prazer de ter um jogo original, de saber que eu contribuí para que a empresa tenha condições de fazer um novo jogo, que eu venha a gostar no futuro. E eu tenho o mesmo pensamento com cds de música (tenho todos os cds do Offspring, por exemplo).

    Infelizmente, no Brasil, por questão de imposto, importação, e outras coisas, os produtos chegam aqui muito caros, de forma que, às vezes, recorrer a produtos piratas é a única forma de conseguir certo tipo de conhecimento, por exemplo, como eu falei com os livros anteriormente.

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  6. Garota D disse:

    "O Linux, por exemplo (Correspondente Anônimo, me corrija se eu estiver enganada) é gratuito e de código livre e o escambal, mas você paga o suporte."

    Paga o suporte? como assim?

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  7. Sem dúvida é uma visão muito radical da coisa da forma que eu coloquei, mas mesmo você discordando e dando motivos para tal continuo defendendo a tese de que sim, as pessoas em sua maioria irão preferir o de "graça", a situação é tal que hoje em dia o Windows na sua versão Release Candidate oferece a todos a chave gratuitamente, mas centenas de pessoas buscam o hack, o crack e o patch pra poder utilizar o sistema. A pirataria já está tão inserida na cabeça das pessoas que tem gente que briga com a empresa dona do produto sem ter pago por ele e ainda querendo ter razão e esse é um tipo de caso até comum hoje em dia. De qualquer forma desde o início esperava discussões a respeito e já tinha em mente criar outros artigos seguindo a linha só mudando os campos de visão. Agradeço a todos pela participação.

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  8. Provalmente você está certo, Bruno, apesar dos meus motivos, muita gente vai acabar preferindo o de "graça", principalmente por ter esse pensamento imediatista de benefício apenas a curto prazo. No caso de brigar com a empresa sem ter pago o produto, é o cúmulo da picaretice, vamos combinar. É preciso uma verdadeira revolução de costumes para mudar esse quadro. Foi realmente um assunto interesse em que você tocou, fazendo um retorno com estilo! Beijos, estava com saudades!

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  9. Esse é que é o Bruno Ferreira, nosso colaborador? ;-) Prazer! Situações típicas das novas relações virtuais, he, he!
    Karolis, vou falar por mim: eu sim, compraria originais (cd's, dvd's e programas) se fossem vendidos a preço mais justo. E vc pode me perguntar "e o que é o justo quando pode ser que alguém ache que um cd a R$ 4,00 seja o preço justo e outro a R$ 8,00?"
    Um cd quando é lançado é vendido nas lojas numa faixa entre R$ 25,00 a R$ 35,00. Passada a moda, 4 ou 5 meses, os mesmos cd's numa promoção são vendidos a R$ 9,90. Baseado nisso é criado na cabeça das pessoas que se a loja consegue vender a esse preço e ter resultados, esse é um preço razoável.
    Bom, sei que isso não justifica a pirataria e vc tem razão: qualquer um que adquira produtos que não pagam imposto, direitos autorais e nem remunere o proprietário está cometendo crime.
    Tema polêmico, como já foi dito.
    Beijo!

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  10. Correspondente Anônimo20 de setembro de 2009 às 09:13

    "Rafael Montenegro Assunção disse...

    Garota D disse:

    "O Linux, por exemplo (Correspondente Anônimo, me corrija se eu estiver enganada) é gratuito e de código livre e o escambal, mas você paga o suporte."

    Paga o suporte? como assim?"

    Suponha que vc compre um computador e ele dê pau depois de sair da garantia. Vc chama o cara do conserto, ele vem na sua casa, conserta, e vc paga a ele. Com algumas distribuicoes do linux, eh a mesma coisa. Geralmente, isso eh feito com empresas, que tem urgencia que algumas coisas sejam feitas. Vc, que paga o suporte, tem direito a ligar para a central de atendimento do software, obter ajuda, talvez obter treinamento, entre outras coisas. A unica diferenca eh q vc conseguiu o produto de graca.

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