segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Código de ética tupperware



Agora que estou morando sozinha e estou moça casadoira, aos poucos estou sendo introduzida nos meandros das relações e conhecimentos doméstico.
Esses dias, olhando um catálogo de produtos tupperware e comentando sua qualidade e seu alto custo, veio-me esta epifania: Um tupperware sempre, sempre, sempre, deve ser devolvido. É um verdadeiro teste de confiança, em que a reprovação pode destruir uma amizade.
Vou quebrar o monopólio e reformular a frase e estendê-la a todo pote plástico de qualidade mediana.
A lei da diplomacia doméstica reza que um bom pote deve retornar limpo e com a tampa certa e acima de tudo, intacto e com a maior brevidade possível.
Talvez devesse acrescentar, com alguma coisa gostosa dentro.
A relação de confiança pode ser construida aos poucos, enviando um antigo pote de sorvete, depois um "prástico" desses 20 por poucos reais e, mediante um comportamento exemplar, fortalecida a amizade a tal ponto, apresenta-se a prova final e mais dura: a posse de um pote plástico, de alta qualidade. Aquele que são do freezer para o microondas sem qualquer abalo em sua estrutura polimérica.
Não se pode fraquejar. Não nesse momento tão delicado. Por mais que já haja se estabelecido uma verdadeira afeição, trata-se de bem alheio e deve ser devolvido.
É uma mágoa guardada para todo o sempre.
Dias desses minha mãe contava que meu pai emprestou uma tupperware para um amigo dele e o tal pote jamais retornou. Ouvi minha mãe se condoer em uma voz muito sentida, que esposa do tal amigo a conhecia e mesmo assim concorreu para o cometimento deste despautério. Tratam-se de tempos há muito idos, mas a ausência do querido vasilhame será sentida e tal falta jamais perdoada.
Então, senhoras e senhoritas que, assim como eu, são neófitas tais assuntos, não cometamos tal gafe absurda e imperdoável, e jamais caiamos sobre a pecha de afanadora de potes.

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