quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Peripércias - Parte I



Dezembro é praticamente sinônimo de Natal, que o digam os comerciantes, que hoje em dia já começam os preparativos em pleno novembro, quando não, mais cedo ainda. Espírito natalino a parte, estávamos eu, mamãe e Lady Reaper saindo de um shopping, felizes e cheias de sacolas, quando de repente, um motoqueiro maluco passava 'vuado' e eu, claro, não querendo inaugurar minha ficha criminal, dei uma freadinha básica. Para o meu azar, o cara da Hilux atrás de mim não percebeu e lá se foi o meu parachoque e o porta-mala ficou amassadinho, coisa pouca, mas não era possível abrir. O cara gesticulava bastante e eu fiquei supernervosa. Ele e a esposa desceram, e civilizadamente tratamos do ocorrido. Novamente não chamei o corretor do seguro, o nervosismo apagou as 'lamparinas do meu juízo' e pensei que dessa vez tinha abusado da sorte. Peguei os dados, chequei telefone.

Quando a adrenalina saiu do meu sistema, liguei para o corretor e expliquei a situação. Supertranquilo, me explicou que eu deveria ter procedido de uma maneira totalmente diversa, mas a despeito disso, procurou me oferecer outra solução.

Ofereceu-se para ir à oficina comigo fazer o orçamento do prejuízo. Ufa!

O dano foi tão sério, apesar de pouco aparente, que, para fazer o orçamento, foi preciso desmontar toda a parte traseira do carro. Apenas no final da tarde, obtive os valores.

Agora chegava a parte mais difícil: a facada. Liguei para o primeiro telefone e não obtive resposta. Já estava suando frio pensando que iria arcar sozinha com aquele prejuízo, em razão de meu nervosivo e pela segunda vez. Consegui falar com a esposa do cidadão (deixe-me confessar uma coisa: coloquei o nome do cidadão no Google, só para ver o que é que dava, pois diz aí que o cara e a esposa são pessoas importantes em Varjota) que prontamente se ofereceu a fazer uma transferência do valor para minha conta, enquanto isso, o marido dela tentava entrar em contato comigo. No final das contas, recebi o cheque na mesma tarde. Varjota (município) pode se orgulhar de ter cidadãos tão honestos (sorte a minha).

A via crucis foi realmente o conserto do carro. Isso ocorreu uma semana antes do Natal, eu iria viajar junto com o Correspondente Anônimo e seu irmão para a 'Terrinha quente' na terça-feira seguinte e a oficina só iria funcionar até terça.

Solução: troquei apenas a fechadura do porta-malas. O conserto maior seria feito apenas em 2010. O que era para ser um conserto rápido me consumiu a paciência durante o sábado e a segunda-feira inteira. Cheguei na oficina faltando meia hora para acabar o expediente decidida a levar o carro, consertado ou não, para casa. Para minha sorte e a do cara que eu iria esganar ao chegar lá (Poxa, se não era possível fazer o serviço no tempo previsto, que dissesse logo. O que me deixa doente é prometer e não conseguir cumprir e o pior: me enrolar) ligou para mim. Atendi o telefone de frente para ele e disse: Me dê uma boa notícia. "O carro está pronto".


Pronto, chega de batidas de carro pelo resto da vida! Já gastei minha sorte toda. Próxima vez que alguém encostar no meu carro, chamo juizado móvel, AMC, Barra Pesada, 190, as Forças Armadas, mas só saio de lá com acordo assinado, seguro acionado ou dinheiro no bolso. Nesse Brasil ainda existem pessoas honestas e, como diz um querido amigo meu, Fernando (4V), a gente tem sempre que olhar o lado bom das coisas, por piores que elas sejam! Assim, o lado bom dessa história toda foi que constatei que a palavra de honra ainda vale alguma coisa (em Varjotas, temos bons exemplo) e a segunda coisa é que, no almoço que infelizmente não pude ir, haveria um "Amigo Secreto". Comprei 'Histórias Extraordinárias" de Edgar A. Poe, que simplesmente adoro, mas que nunca adquiri, apesar de já ter dado de presente. Essa seria a segunda vez que eu presentearia alguém com esse livro que tanto desejava. No final das contas, em razão do imprevisto, fiquei com o livro.:)


Ai ai, o pobre do meu carrinho! Tá novo, novo! Pinturinha supimpa! Que os futuros compradores não saibam a longa história de aventuras ele já percorreu:

Um comentário:

  1. Problema de carro é chato, caro e demorado mesmo. Quando bati o meu, foi um saco. Pior ainda foi ver o preço do seguro neste ano sem o bônus, já que tinha ocorrido sinistro. Ai ai.

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