quarta-feira, 23 de outubro de 2013

ROMANCE LITERÁRIO


Estava pensando quanto a relação com os livros parece com as relações amorosas. Você dá de cara com aquela capa incrível e começa a paquera. Pergunta para seus amigos se alguém já ouviu falar, se é legal. Dá aquela espiada na orelha e/ou contracapa.
Marcado o primeiro encontro, as primeiras linhas vão causa uma boa ou má impressão. Se começar a falar muita besteira, não tem jeito, passa para o próximo, a fila anda.
Se bem que, às vezes, parece que a gente gosta de sofrer e continua a relação mesmo assim.
Eu abandono sem dó nem piedade.
Mas se for envolvente, ai, colega, o negócio é sério. Dá vontade de ficar agarrado direto. Só soltar quando acabar.
Eu, particularmente, não consigo me ater a um só. Gosto de ler dois, três livros de uma vez só. O que acaba deixando um deles um pouco de lado, mas eles me perdoam no final.
Também tem aqueles casos em que seus amigos perguntam o que você viu naquele livro terrível, aparentemente sem graça, que você insiste em ler. Você se sente incompreendido, mas a paixão é mais forte e você vai lutar por seu tomo com unhas e dentes, e no caminho, mostrar a seus colegas o verdadeiro valor daquele livro tão desprezado.
Também tem o livro amante, aquele com que a gente se encontra escondido de todo mundo, um prazer proibido, que causa um pouco de (muita) vergonha se alguém descobrir. (Ler a Saga Crepúsculo, por exemplo =P).
Quando a relação fica séria, você anda com o livro em público, apresenta para os amigos e familiares. Depois que o affair acaba, ficam só as boas lembranças.


Livro, assim com gente, também sofre violência. Páginas e capas amassadas, marcas de café, bordas sujas com gordura, uso da orelha como marcador. Isso não se faz. Há um inferno particular para quem afana caneta, fala alto no cinema, xinga a mãe alheia e maltrata livros.
Diga NÃO à violência contra o livro.
A gente caça livros também, vai na livraria, procura na internet, esperando que aquela fagulha incendeie uma paixão e ai você possa se perder nas páginas de um bom título. Mas também, você pode encontrar um livro incrível quando menos espera, talvez isso ainda torne mais singular e incrível a leitura.
Tenho que reclamar, entretanto, que esses encontros estão sendo dificultados pelas editoras e livrarias. A gente tem que desembolsar uma boa grana para ter acesso a um lançamento, ou ficar esperando pacientemente que passe a modinha e comprar na promoção.
Isso acaba tornando os livros companheiros um pouco esnobes, que não saem por ai com todo mundo, simplesmente porque tem gente que não pode pagar.
Ainda bem que a internet está facilitando a compra de livros usados, bem como a troca, tornando um pouco melhor o acesso aos livros.
Assim como com as pessoas, uma relação de amor com livros pode, eventualmente se transformar em ódio. Tudo ia bem com vocês, quando o autor do livro resolve destruir tudo que tinha feito até agora. Dá vontade de jogar o livro fora, tocar fogo, dá para o pior inimigo. Mas espero que vocês possam fazer as pazes, caso contrário, como já disse antes, passe para o próximo, a fila anda!
De qualquer forma, amar um livro é altamente recompensador. Assim, você podem até está só, mas não sentirá solidão. Você pode está no lugar mais tedioso do mundo e pode ser transportado para os confins mais incríveis do universo. Você pode ser uma pessoa comum, mas pode ser ver e sentir como um super herói, tudo isso no virar de uma página.
O que você está esperando para encontrar o amor da sua vida? Ele pode estar na prateleira ali ao lado. E sabe o que é melhor, você pode ter vários amores e não se sentir culpado por isso. Não é demais?
Tem coisas 'pan' que o livro faz por você! (Se você lembrou da propaganda original que tinha essa frase, deixe nos comentários =P)

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